Médicos venezuelanos em greve pedem "liberdade plena" de cardiologista lusodescendente

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Porto Canal / Agências

Caracas, 29 abr (Lusa) - Médicos, enfermeiros e analistas do Estado de Bolívar, iniciaram hoje uma greve de 24 horas para exigir a 'liberdade plena' de uma cardiologista lusodescendente, que está obrigada a apresentações periódicas enquanto aguarda julgamento por oferecer alimentos a manifestantes opositores.

"Com as medidas (judiciais) que lhe ditaram, ela não pode sair do país. Sendo uma mulher com duas especialidades, ela tem de ir a congressos (...) e não pode fazê-lo por estar sob medidas de coação totalmente ilógicas", disse o médico cirurgião Raul Viera.

Em declarações aos jornalistas aquele responsável explicou que a lusodescendente é a única médica cardiologista infantil da cidade de Puerto Ordáz, a sudeste de Caracas, e que trabalha em dois hospitais da localidade, num dos quais gratuitamente.

O secretário-geral do Colégio de Médicos (equivalente à Ordem dos Médicos), Hugo Lezama, instou todos os colegas a defenderem a lusodescendente, sublinhando que "não é delito dar de comer e beber a quem necessita".

Por outro lado, anunciou que os médicos vão realizar uma assembleia geral, a 30 de abril, para avaliar os resultados da greve e decidir novas ações a tomar, até que a lusodescendente e outros médicos estejam em "liberdade plena".

A cardiologista Maria Gabriela Farias Marcano foi detida a 10 de abril na cidade de Puerto Ordáz e libertada seis dias depois, ficando a aguardar julgamento, com apresentações periódicas e proibição de sair do país.

Está acusada pelo Ministério Público de instigação pública a cometer delito e de associação criminosa.

No dia da detenção, a médica lusodescendente, juntamente com uma colega, levava comida para estudantes que, junto de um tribunal local, aguardavam por notícias de companheiros detidos no âmbito de protestos locais.

Foi intercetada pelas autoridades à saída de um centro comercial e segundo a ata judicial foram confiscadas "25 empadas, outros 25 pastéis, 4.500 bolívares (520 euros) e um 'miguelito'" (nome dado a um objeto para furar pneus que é usado por muitos manifestantes), que várias fontes insistem ser de procedência desconhecida.

A detenção foi questionada por vários setores da sociedade venezuelana e também pela Federação de Médicos, que acusou as autoridades de arbitrariedade.

Há mais de dois meses que se registam protestos diários em várias localidades venezuelanas, alguns dos quais resvalaram em confrontos violentos que resultaram, segundo fontes não oficiais, em 42 mortos, centenas de feridos, 2.360 detidos e avultados danos materiais.

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