Central sindical cabo-verdiana adia greve geral e manifestação

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Porto Canal / Agências

Cidade da Praia, 28 abr (Lusa) - A Confederação Cabo-Verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL) anunciou hoje que adiou a greve geral prevista para terça e quarta-feira e a manifestação do 1.º de Maio e denunciou o "suborno e a corrupção sindical" em Cabo Verde.

"A CCSL, após análise aprofundada e aturada de fenómenos de suborno e corrupção sindical, decidiu pelo adiamento da greve geral e da manifestação", afirmou o presidente do CCSL, José Manuel Vaz, em conferência de imprensa, acrescentando que vão ser analisadas em breve novas formas de luta e marcar uma nova data para os protestos.

O responsável acusou Governo e patronato de intimidarem os trabalhadores, ameaçando-os também com despedimentos.

Defendendo que apenas duas das oito reivindicações estão a ser negociadas na Comissão Tripartida (Governo, patronato e sindicatos), José Manuel Vaz acusou o executivo e a União Nacional dos Trabalhadores Cabo-Verdianos (UNTC) de estarem a negociar, em segredo, a doação de uma sede para a principal central sindical do país.

"Foi com estranheza que a CCSL tomou conhecimento de fenómenos anormais durante os encontros e reuniões de trabalho com a outra central sindical, pois estava, paralelamente, a negociar com o Governo o processo de doação de edifícios do Estado na Cidade da Praia e no Mindelo em proveito próprio", afirmou o sindicalista.

José Manuel Vaz sublinhou que, com esta atitude, o Governo "conseguiu dividir" os trabalhadores, o que permitiu concluir "não estarem criadas condições democráticas" para o direito à greve em Cabo Verde.

O presidente da CCSL acusou também o líder da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços cabo-verdiana, Jorge Spencer Lima, de "violentas declarações de intimidação, perseguição e de ameaças de despedimento" aos trabalhadores, caso viessem a aderir à paralisação.

"Na mesma linha de atuação, assistiu-se a deslocações em massa dos membros do Governo a quase todas as ilhas para reuniões com trabalhadores de diversos setores de atividade, ameaçando-os e intimidando-os com despedimentos (...), lançando o pânico e sentimento de medo generalizado e de insegurança no trabalho", afirmou.

A paralisação do final deste mês, marcada em dezembro de 2013, não era apoiada pela UNTC, tendo o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, insistido na ideia de que, ao prosseguirem as negociações no quadro da Comissão Tripartida, não havia razões para a greve geral.

A CCSL organizou duas manifestações de protesto contra a política económica e laboral do Governo cabo-verdiano, uma em junho de 2012 e outra em janeiro deste ano, exigindo a suspensão do Código Laboral, aumentos salariais de 5%, criação do subsídio de desemprego, pagamento de subsídios diversos, aprovação dos Estatutos de Carreira, grelha salarial, devolução de impostos e a integração no quadro dos funcionários públicos com mais de cinco anos de serviço.

Das reivindicações, afirmou José Manuel Vaz, só a revisão do Código Laboral e a criação do subsídio de desemprego estão em discussão na Comissão Tripartida.

JSD // VM

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