Covid-19: Cabo Verde escreve aos ministros da UE pedindo regresso dos turistas

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Porto Canal com Lusa

Praia, 23 out 2020 (Lusa) - O governo cabo-verdiano escreveu aos ministros do Turismo da União Europeia (UE) pedindo o regresso do turismo ao arquipélago, face às condições sanitárias de prevenção à covid-19 adotadas, revelou hoje o chefe da diplomacia de Cabo Verde.

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, a carta, dirigida a todos os ministros com a pasta do Turismo nos países da União Europeia, foi enviada na semana passada, também aos chefes da Diplomacia dos mesmos países, subscrita ainda pelo titular da pasta do Turismo cabo-verdiano, setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) mas que devido à pandemia de covid-19 está parado desde março.

"Exatamente na perspetiva de retomarmos a atividade turística, particularmente nas ilhas do Sal e da Boa Vista", explicou Luís Filipe Tavares, que falava aos jornalistas, na Praia, no final da assinatura, com o Governo português, do protocolo para o "apoio extraordinário" de Portugal às cheias de setembro na capital cabo-verdiana.

Segundo o chefe da diplomacia cabo-verdiana, os voos entre Cabo Verde e Portugal nunca chegaram a parar, apesar da suspensão das ligações aéreas internacionais regulares em 19 de março, devido à pandemia covid-19, até finais de julho para repatriamentos, nos dois sentidos, e desde de agosto com um corredor aéreo para voos essenciais, com quatro ligações por semana de Lisboa às ilha de São Vicente e outras quatro a Santiago (Praia).

Entretanto, desde 12 de outubro que o Governo reabriu as fronteiras, permitindo ligações internacionais comerciais -- obrigando a testes negativos à covid-19 com 72 horas de antecedência, o primeiro passo para permitir o regresso do turismo -, que segundo explicou Luís Filipe Tavares já são operadas pelas portuguesas TAP e SATA (Açores).

"Estamos a negociar com os outros países. Nós queremos fazer voos para os EUA, onde temos uma comunidade importante. Toda a diáspora cabo-verdiana queremos servir, em primeiro lugar a diáspora cabo-verdiana, mas também abrimos o nosso país ao turismo e estamos a negociar com todos os países europeus", apontou ainda.

O Governo cabo-verdiano afirmou em 16 de outubro que o país está "em condições e preparado" para voltar a receber turistas -- recorde de 819 mil em 2019 -, após a conclusão da auditoria ao setor da saúde e da certificação de 500 estabelecimentos turísticos.

Em comunicado, o executivo referiu que foi concluída "com sucesso" a primeira fase da implementação das diretrizes POSI-Check, para instalações médicas regionais, tendo sido certificados e aprovados os centros e unidades de cuidados intensivos de covid-19 no Hotel Sabura e no Hospital Ramiro Figueira, ambos na ilha do Sal.

Igualmente certificados por esta auditoria internacional, conduzida pela consultora Intertek Cristal, foram o novo centro de Saúde de Santa Maria (Sal) e da Clínica de Boa Esperança e delegacia de Saúde, ambas na Boa Vista, sendo estas as duas principais ilhas turísticas de Cabo Verde.

"Iniciativa do Governo de Cabo Verde, o programa de auditoria POSI-Check foi projetado para atender às necessidades atuais e futuras, no sentido de formular e monitorar uma resposta eficaz à mitigação da propagação da covid-19 em Cabo Verde. O mesmo representa um investimento e uma forte aposta na criação de condições sanitária adequadas para a retoma do turismo no país", apontava o comunicado.

A auditoria foi conduzida por aquela consultora, com sede em Londres e líder no mercado internacional de gestão de riscos de saúde, qualidade e segurança, "focada nos setores de viagens, turismo e hospitalidade", explica o Governo.

"Como resultado destas auditorias iniciais, o Ministério do Turismo e Transportes garantiu financiamento adicional, através do Banco Mundial, para continuar este trabalho em outras instalações médicas regionais no país", revelou ainda.

Paralelamente, desde junho que está em curso o programa de certificação "Cabo Verde Turismo", que consiste na preparação dos estabelecimentos ligados ao setor e subsetores do turismo, como aeroportos, portos, transferes, táxis, restaurantes, agências de viagens e excursões, empresas de aluguer de viaturas, casinos e outros.

"Todas essas medidas baseadas nesse programa dizem respeito aos procedimentos, medidas e protocolos de segurança alimentar e serviços de controle de higiene, até soluções de auditoria dedicadas para a prevenção da propagação de infeções. O mesmo visa dar segurança e garantia de qualidade baseada em risco sistémico para toda a cadeia do setor e, assim, devolver a confiança que os operadores e turistas necessitam para voltar a viajar, escolhendo desta forma o destino mais seguro", esclarece o comunicado do Governo.

Até ao momento, participaram neste programa de certificação cerca de 500 estabelecimentos, praticamente 1.300 participantes, em todas as ilhas, pelo que o Governo entende que, com estas medidas, o "país está em condições e preparado para chegada dos turistas".

Cabo Verde conta com um acumulado de 8.122 casos diagnosticados de covid-19 desde 19 de março, com 91 óbitos associados à doença no mesmo período.

PVJ // PJA

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