Código genético de um ser vivo alterado pela 1.ª vez na Universidade de Aveiro

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Porto Canal / Agências

Aveiro, 20 jun (Lusa) - Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) conseguiu alterar, pela primeira vez, o código genético de um ser vivo, anunciou hoje fontee daquela universidade.

A equipa de investigação descobriu que o fungo patogénico "Candida albicans" utiliza um código genético diferente do dos outros seres vivos e conseguiu compreender como é que esse fungo alterou o seu código genético.

Com esse conhecimento, os investigadores da Universidade de Aveiro conseguiram, pela primeira vez, fazer a alteração artificial do código genético de um ser vivo.

A investigação dos doutorandos Ana Rita Bezerra e João Simões, sob coordenação de Manuel Santos, professor do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro e investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), decorreu nos últimos quatro anos e foi agora publicada na revista da academia norte americana das ciências, "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS).

Os fungos com o código genético alterado produzidos pelos investigadores da UA são "fascinantes do ponto de vista biológico e evolutivo, têm alterações morfológicas impressionantes e uma enorme capacidade de adaptação a novos nichos ecológicos. São também tolerantes aos antimicóticos, mostrando que pequenas alterações na fidelidade da biosíntese de proteínas desempenham um papel importante na evolução da resistência a drogas antimicrobianas", refere uma nota da Universidade.

No sentido de aprofundar o estudo da biologia dos novos fungos, os investigadores da Universidade de Aveiro sequenciaram o seu genoma e analisaram a resposta imunitária humana a esses fungos, em parceria com colegas do centro de sequenciação de genomas de Barcelona (CNAG) do Instituto Europeu de Bioinformática (EBI) e das Universidades de Florença e Perugia.

Os resultados das investigações mostram "profundas alterações no genoma destes fungos, na resposta imune humana e inflamação crónica em ratinhos de laboratório, sugerindo novas pistas para compreender o mecanismo de infeção de C. albicans".

Esse fungo, esclarece a nota informativa, é o quarto microrganismo patogénico mais importante, causando inúmeras infeções e hospitalizações, em particular em indivíduos imunodeprimidos, sendo o tratamento das infeções disseminadas muito problemático.

Os investigadores da UA estão agora a analisar as novas características da biologia dos novos fungos de modo a compreender melhor como é que eles toleraram a alteração do código genético, como causam infeções e se tornam resistentes às drogas usadas na clínica.

Esperam também ser capazes de manipular o código genético doutros seres vivos de modo a produzirem microrganismos com "características interessantes" para a biotecnologia e biomedicina.

Os estudos do grupo de Aveiro foram financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo projeto Europeu do sétimo programa quadro (FP7) Sybaris.

MSO // JGJ

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