Lisboa, 25 abr (lusa) - O coordenador do BE João Semedo optou por estar hoje nas comemorações dos 40 anos do 25 de Abril no largo do Carmo, em Lisboa, porque era onde estava "a palavra e a voz" dos militares de Abril.

"O BE entendeu que quando se comemora os 40 anos do 25 de Abril, o centro dessas comemorações devem ser a voz e a palavra dos capitães de Abril. Se as vozes dos militares e capitães se ouvem no largo do Carmo, eu escolhi o largo do Carmo para ouvir essa voz", disse à agência Lusa.

Questionado sobre a ausência da Associação 25 de Abril das comemorações na Assembleia da República, João Semedo acusou o PSD e o CDS-PP de serem os responsáveis.

"Da parte da decisão, foi o PSD e o CDS que impediram que os capitães de Abril fizessem ouvir a sua voz na Assembleia da República. É isso que fica. O saldo lamentável de todo o processo dos 40 anos do 25 de Abril", afirmou.

Também presente no largo do Carmo, o ex-líder do BE Francisco Louçã enalteceu a forte presença popular no local, afirmando que "mostrou que foi o povo que fez a revolução".

As comemorações do 40.º aniversário do 25 de Abril repartem-se hoje por três 'palcos', entre a sessão solene no parlamento, a evocação a Salgueiro Maia no Largo do Carmo e o tradicional desfile na Avenida da Liberdade.

Pelo terceiro ano consecutivo, os militares de Abril não estarão presentes na sessão solene no parlamento.

A decisão de realizar a homenagem no Largo do Carmo surgiu depois da falta de consenso entre os partidos para que um representante dos militares de Abril interviesse na sessão solene.

MCL // ZO

Lusa/fim