Valongo, 23 abr (Lusa) - O Banco Local de Voluntariado de Valongo conta com mais de oito dezenas de voluntários a aguardar colocação em projetos, foi hoje revelado pela autarquia deste concelho que aponta o combate ao isolamento como uma das metas deste serviço.

Atualmente estão inscritos no Banco Local de Voluntariado do Concelho de Valongo (BLVCV), que existe desde abril de 2006, mais de uma centena de voluntários, sendo que 80 estão à espera de colocação em projetos.

A este número somam-se os 17 voluntários que hoje receberam o seu certificado de participação na 14.ª edição da "Formação Geral Para o Voluntariado".

E, de acordo com a coordenadora do BLVCV, Ilda Soares apenas 17 voluntários do concelho estão integrados em programas atualmente.

"Falta existirem projetos das entidades a nível concelhio e por outro lado conciliar a disponibilidade e o perfil dos voluntários com as necessidades das instituições", explicou a coordenadora.

Já a vereadora da Área Social da Câmara de Valongo, Luísa Oliveira, apontou, entre outras prioridades do BLVCV, "as medidas de combate à solidão", ou seja a possibilidade de vir a potenciar "projetos de combate ao isolamento".

Esta é uma área que "apaixona" Paulo Sousa, de 23 anos, residente em Valongo, que esta tarde recebeu o certificado que comprova que fez 16 horas de formação e está habilitado a ser voluntário.

"Vou estar aos domingos a ajudar nos bailes dos idosos. Puxá-los para dançar. Evitar que estejam sempre parados. E durante a semana posso acompanhá-los ao médico ou a tomar um café, um chá", referiu, à Lusa, Pedro Sousa.

O jovem voluntário está desempregado e com este programa procura, além de combater o isolamento e o sedentarismo dos idosos, manter-se ocupado e ganhar novas competências, um objetivo que Luísa Oliveira também focou.

"O BLVCV pode, efetivamente, ajudar os próprios voluntários, preparando-os para trabalhar em várias áreas. Os voluntários são um complemento à ação dos técnicos e registamos casos de empregabilidade", disse a vereadora.

A formação que teve como frase-chave "o voluntariado não se improvisa, aprende-se", destinava-se a pessoas a partir dos 18 anos, exatamente a idade de Maria Neves que decidiu inscrever-se para "seguir as pisadas" da mãe e do irmão que também são voluntários em Valongo.

"Muitos jovens não têm noção de como está o país e a sociedade. Eu investigo e procuro saber mas se calhar é porque tenho em casa os alertas da família. É importante, importantíssimo, participar nestas formações e em projetos porque se aproveita o tempo livre e se ajuda a melhorar alguma coisa", disse, à Lusa, a jovem.

Solidariedade, participação e cidadania global, motivações para o voluntariado, riscos da ação voluntária, responsabilidade dos voluntários e das instituições, relacionamento interpessoal, trabalho em equipa e gestão de conflitos foram algumas das disciplinas da formação do BLVCV que faz, normalmente, dois curso por ano.

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