Mulher acusada de matar companheiro condenada a 11 meses com pena suspensa
Porto Canal / Agências
Famalicão, 24 abr (Lusa) - O Tribunal Judicial de Famalicão condenou hoje a 11 meses de prisão, com pena suspensa, uma mulher que era acusada pelo Ministério Público (MP) de matar o companheiro, dando-lhe com uma garrafa de vinho partida na cabeça.
A arguida acabou por ser condenada apenas pelo crime de omissão de auxílio.
A pena fica suspensa por um ano, na condição de a arguida se submeter a um tratamento às perturbações do foro psicológico de que sofre.
Nas alegações finais, o MP já tinha deixado cair a tese de homicídio, por considerar que a mulher não teve intenção de matar o companheiro, por que, segundo o procurador, nutria "um amor obsessivo".
O MP pedira a condenação em pena suspensa pelo crime de ofensa à integridade física qualificada, agravado pelo resultado (morte).
No entanto, o tribunal não deu como provadas as agressões, condenando apenas a arguida por omissão de auxílio, por ela alegadamente ter visto o companheiro no chão a esvair-se em sangue e não o ter socorrido.
Os factos remontam a 12 de maio de 2011 e registaram-se na freguesia de Castelões, Vila Nova de Famalicão, na habitação do casal, que tinham discussões frequentes derivadas dos problemas de alcoolismo de que ambos sofriam.
Segundo a acusação, a arguida, de 49 anos, agrediu o companheiro na zona do nariz com uma garrafa de vinho e depois, já com a garrafa partida, atingiu-o na cabeça, deixando-o prostrado no chão, a esvair-se em sangue.
A cena ter-se-á registado "a altas horas da noite", mas só depois das 06:00 do dia seguinte é que a arguida terá chamado os bombeiros.
Em tribunal, a arguida explicou que atirou a garrafa de vinho "para trás" quando ia a fugir das agressões do companheiro, que disse serem constantes, mas garantiu que não lhe acertou.
Acrescentou que, quando o companheiro estava estendido no chão, ainda lhe disse para ir para a cama, mas ele não acedeu, pelo que lhe colocou um cobertor por cima.
"Só quando acordei e fui à beira dele é que vi uma poça de sangue", disse ainda, sublinhando que antes "nunca" pensara que ele precisasse de ajuda.
Uma versão que não convenceu o tribunal, que a condenou por omissão de auxílio.
VCP // MSP
Lusa/fim