Valorização do euro trava aumento de mais 700 ME na dívida pública - UTAO
Porto Canal / Agências
Lisboa, 23 abr (Lusa) - A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que a valorização do euro tenha impedido que a dívida pública aumentasse mais 700 milhões em 2013, além da subida que já se verificou.
De acordo com a nota sobre as contas nacionais das administrações públicas em 2013 da UTAO, a que a Lusa teve hoje acesso, "a variação da dívida pública em 2013 fixou-se em 8,8 mil milhões de euros, valor superior em 649 milhões de euros ao défice orçamental".
No entanto, acrescentam os técnicos independentes que apoiam o parlamento, "registou-se durante 2013 uma perda de valor em euros da dívida nominada em outra moeda que não euro", pelo que "não considerando o efeito cambial, a dívida pública subiu aproximadamente 9,5 mil milhões de euros", um aumento superior em 700 milhões à variação registada.
A título de exemplo, a UTAO refere que o euro se apreciou face à moeda em que é nominada a dívida do Fundo Monetário Internacional (direitos de saque especiais), o que permitiu "uma redução da dívida em 0,6 pontos percentuais do PIB".
"No total, em 2013, a evolução do euro permitiu uma redução da dívida pública em 719,9 milhões de euros", o equivalente a 0,4% do PIB, estima a UTAO.
Em 2013, a dívida pública atingiu os 213,6 mil milhões de euros, o que corresponde a 129% do PIB, depois de, em 2012, se ter fixado nos 124,1 por cento. Excluindo o efeito cambial, o rácio da dívida pública teria atingido os 129,4% do PIB.
Além disso, a UTAO refere que o défice em contabilidade nacional, de 4,9% do PIB, "não alcançou o objetivo estabelecido na proposta do Orçamento do Estado para 2013", ainda que tenha superado os objetivos revistos no âmbito dos orçamentos retificativos e "evidenciado uma melhoria face ao ano anterior".
O défice ajustado de operações extraordinárias (recapitalização do Banif e perdão fiscal) foi de 5,3% do PIB, uma melhoria de 0,7 pontos percentuais face a 2012, calculou a UTAO.
ND // HB
Lusa/fim