Meo Imaginarius de 2014 reflete sobre "construção e desconstrução" com 502 artistas
Porto Canal / Agências
Santa Maria da Feira, 23 abr (lusa) - O 14.º Festival Internacional de Artes de Rua de Santa Maria da Feira irá decorrer a 23 e 24 de maio e, designando-se agora "Meo Imaginarius", envolverá 502 artistas de nove países "numa dicotomia entre construção e desconstrução".
Foi essa a expressão hoje utilizada em conferência de imprensa pelo vereador da Cultura da Câmara Municipal da Feira, que assume a organização do evento, orçado em 374.000 euros.
"A edição de 2014 revela uma dicotomia ente construção e desconstrução", declarou Gil Ferreira, referindo-se à reflexão que o programa do festival pretende lançar sobre os "dogmas e preconceitos" da sociedade atual.
"Temos dois dias gémeos de programação, o que foi possível com o alargamento do horário à tarde e permitirá ao público usufruir da diversidade de propostas do evento", anuncia o autarca.
No total, o Meo Imaginarius de 2014 concretiza-se assim em 139 intervenções de rua, protagonizadas por 502 artistas de nove países, em representação de 45 companhias e entidades.
Com as suas repetidas apresentações, são 35 os espetáculos e projetos distintos que compõem o programa, 13 dos quais em estreia absoluta, 14 em première nacional e quatro em representação de criações do próprio festival.
Teatro, teatro físico, novo circo, música, instalação e multimédia são algumas das formas de expressão abrangidas por essa oferta, que, por sua vez, irá abordar temas como o poder da Imprensa, a falência dos sistemas financeiros e as expectativas de emprego e natalidade.
"O festival vale por todo o teor estético e artístico do programa", afirma Gil Ferreira. "Mas não é só a obra de arte que tem valor por si, porque há também um conjunto de reflexões que se propõem à cidade e a todos os que se deparam com este programa", realça.
Bruno Costa, que assume a direção artística do Meo Imaginarius através da Bússola - Plataforma para o Desenvolvimento Artístico e Cultural, destaca nessa oferta "dois macro-espetáculos".
Um intitula-se "BoO - Casa Vostra" e tem por base uma construção em bamboo com 15 metros de altura. A produção é da companhia francesa CirkVOST, que a exibirá pela primeira vez fora do seu país e complementará com novo circo e teatro aéreo a arquitetura cénica de bamboo com que analisa "os ritmos e fluxos de uma sociedade fechada em si mesma".
A outra proposta em destaque é "Quo", que Bruno Costa define como "um espetáculo intermédio que funde videomapping com música ao vivo". Da ficha técnica dessa "viagem entre o passado e o futuro" consta a Orquestra Sinfónica de Jovens da Feira, a Sinergias - Creative Media, o CIRAC, o Ballet Contemporâneo do Norte e a já referida Bússola.
A programação do festival inclui ainda workshops, residências artísticas, um mercado de rua, gastronomia criativa e o programa paralelo "Mais Imaginarius", para o qual foram este ano selecionados 12 projetos de jovens criadores.
Uma novidade é a seleção "Imaginarius Infantil", cuja responsável, Ana Carvalhinho, define como um conjunto de propostas "pedagogicamente pensadas para a formação não formal da primeira infância".
Mais detalhes sobre a edição de 2014 do festival podem consultar-se em www.imaginarius.pt.
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