IURD contesta operação policial após ordem de encerramento de quatro templos em Luanda

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Porto Canal com Lusa

Luanda, 20 set 2020 (Lusa) -- A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola declarou-se hoje "surpresa" com a ordem de encerramento de quatro dos seus templos, classificando a operação policial como "desproporcionada e excessiva".

Este é o primeiro fim de semana em que são retomados os cultos religiosos em Luanda desde março, altura em que foi declarado o estado de emergência em Angola devido à pandemia de covid-19.

Num comunicado enviado à Lusa, a IURD diz ter sido "surpreendida" hoje com a chegada da polícia aos templos do Kilamba, Estalagem, Km 30 e Samba, tendo sido decretado o encerramento dos mesmos apesar de os agentes não estarem "munidos de qualquer mandato ou documentação de suporte".

A IURD alega que a polícia agiu "de forma truculenta e excessiva, cerceando  os membros e fiéis que, na ocasião, estavam exercendo seu direito de liberdade de culto" e sublinha que não havia qualquer impedimento legal ou mandato judicial que impedisse o culto naqueles templos, "pois os mesmos não foram arrestados ou lacrados pela Procuradoria Geral da Republica (PGR)".

A PGR angolana apreendeu, em agosto, sete templos da IURD em Luanda (Alvalade, Maculusso, Morro Bento, Patriota, Benfica, Cazenga e Viana), no âmbito de um processo-crime por alegadas práticas dos crimes de associação criminosa, fraude fiscal e exportação ilícita de capitais.

A IURD destaca, no mesmo comunicado, que alguns bispos e pastores foram levados para uma esquadra policial sem que se saiba "o real motivo de tal ato", tendo sido libertados após prestarem declarações.

Segundo a IURD, os agentes apenas terão informado "que havia uma 'orientação' de que os templos das Universal não deveriam estar abertos" e por isso estariam "em desobediência".

A IURD tem estado envolvida em várias polémicas em Angola, depois de um grupo de dissidentes se afastar da direção brasileira, em novembro do ano passado.

As tensões agudizaram-se em junho com a tomada de templos pela ala reformista, entretanto constituída numa Comissão de Reforma de Pastores Angolanos, com troca de acusações mútuas relativas à prática de atos ilícitos.

Os angolanos, liderados pelo bispo Valente Bezerra, afirmam que a decisão de romper com a representação brasileira em Angola encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves, fiel ao fundador Edir Macedo, se deveu a práticas contrárias à religião, como a exigência da prática da vasectomia, castração química, práticas de racismo, discriminação social, abuso de autoridade, além da evasão de divisas para o exterior do país.

As alegações são negadas pela IURD Angola que, por seu lado, acusa os dissidentes de "ataques xenófobos" e agressões a pastores e intentou também processos judiciais contra os dissidentes.

A IURD Angola acusou anteriormente as autoridades judiciais angolanas de terem feito apreensões ilegais e atentarem contra a liberdade religiosa.

Neste momento correm os seus trâmites nos tribunais angolanos vários processos judiciais relacionados com a IURD Angola.

O conflito deu origem à abertura de processos-crime na PGR de Angola e subiu à esfera diplomática, com o Presidente brasileiro Jair Bolsonaro a pedir ao seu homólogo João Lourenço garantias de proteção dos pastores brasileiros e do património da Igreja, tendo o chefe de Estado angolano prometido um "tratamento adequado" do assunto na justiça.

 

RCR // PJA

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