Autárquicas: Moreira quer manter traça e função do Bolhão mas com novas valências

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 19 jun (Lusa) - O candidato independente à Câmara do Porto Rui Moreira apresentou hoje o modelo para o Mercado do Bolhão, defendendo a manutenção da traça e a função tradicional, mas dotando-o de áreas de restauração, cultura e imobiliário, concessionando-o a privados.

Em conferência de imprensa, Rui Moreira apresentou o projeto que defende para o Mercado do Bolhão, intervenção que quer que seja "um marco na regeneração urbana", onde garante a manutenção da traça original e função tradicional do edifício e rejeita parques de estacionamento subterrâneos ou coberturas.

O candidato independente, apoiado pelo CDS-PP, considera que o melhor modelo para o mercado é a concessão de exploração do edifício a privados como contrapartida da realização do investimento na ordem dos 17 milhões de euros, garantindo já ter auscultado investidores que consideraram o projeto viável.

Rui Moreira explicou que será feito um concurso público para a concessão -- projeto que poderá ser financiado pelo programa Jessica - rejeitando a ideia de que se trata de uma parceria público-privada, garantindo ainda que no contrato a autarquia poderá condicionar não apenas a construção como os termos da concessão.

"Quem concessionar o Bolhão, vai ter que pagar uma renda à autarquia, vai ter que garantir o cumprimento escrupuloso destas condicionantes, ou seja, restrições ao uso. Vão ter também que aceitar as condições de arrendamento, quer das bancas, quer das lojas, que são definidas no contrato de concessão", explicou.

O candidato independente avançou ainda que "este projeto é exequível em 12 meses" e que, após todos os procedimentos legais e concursais, o novo Mercado do Bolhão poderá estar aberto em 2015.

Rui Moreira defende a manutenção da "função tradicional" de mercado, mas quer dotá-lo de uma área de restauração, também ela tradicional, onde espera que haja uma "sinergia" entre restaurantes e comerciantes do mercado.

Pretende-se ainda dotar o Bolhão de uma área de lazer e de uma função cultural, permitindo assim que ele esteja aberto depois do encerramento das bancas já que querem "um mercado com as portas abertas".

O candidato quer ainda criar uma zona de imobiliário, com residências para estudantes -- uma vez que há uma enorme carência no Porto -- e residências para investigadores que vêm trabalhar com a Universidade do Porto.

Justificando a opção de não construir estacionamento enterrado no mercado, Rui Moreira explicou que há 2300 lugares na periferia, à distância de cinco minutos a pé, acrescentando ainda que o edifício está assente, num dos lados num maciço rochoso e no outro num aterro, e que todas as escavações para a construção de um parque de estacionamento subterrâneo têm risco.

O candidato disse ainda não lhe parecer "provável que o mercado possa estar aberto durante o período das obras", sendo por isso preciso encontrar soluções, em articulação com a Associação de Comerciantes do Bolhão, para os vendedores durante o período da reabilitação.

Não sabendo ainda qual a duração da concessão, Rui Moreira admite que "para o investidor, o tempo ideal é o tempo máximo" e "para a câmara, o tempo ideal é o tempo mínimo", adiantando que "será sempre um negócio de longa duração" devido ao investimento feito.

JF // MSP

Lusa/fim

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