Metade dos casos de VIH em jovens rapazes com origem em relações homossexuais

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 19 jun (Lusa) -- As relações homossexuais são atualmente a principal via de transmissão do VIH entre homens com menos de 35 anos, uma nova realidade que está a alarmar os responsáveis, levando-os a pedir um levantamento das causas desta situação.

Entre todos os casos de infeção de homens com idades entre os 15 aos 35 anos, 50% tiveram origem em relações homossexuais, revelou hoje o coordenador do programa nacional para a infeção VIH/Sida, António Diniz.

Este número representa mais do dobro das infeções por relações heterossexuais e o triplo das infeções por consumo de drogas injetáveis, dentro da mesma faixa etária, acrescentou o responsável, durante a apresentação da campanha dos 30 anos contra o VIH/Sida.

Esta realidade é recente, já que diz respeito aos casos que deram entrada no sistema de saúde nos últimos dois anos (2011 e 2012), e está a preocupar responsáveis governamentais e profissionais de saúde, que querem perceber a origem deste fenómeno para poder atuar de forma direcionada.

"Alguma coisa falhou para adquirir esta dimensão neste grupo específico", afirmou António Diniz, considerando que urge saber "que jovens são estes, onde moram, qual o seu nível de instrução, que atividades desenvolvem e como adquiriram a infeção".

Para isso, adiantou, será proposto a uma instituição académica do campo das ciências sociais o levantamento destes casos.

A partir dos 35 anos, os homossexuais passam a ser os que menos se infetam, com a via de transmissão heterossexual a ganhar predominância, em 60% dos casos.

Ainda segundo António Diniz, entre homens e mulheres de todos os escalões etários, a via preferencial de infeção é igualmente a heterossexual.

Do total de infetados, 10% são utilizadores de drogas que contraíram o VIH através de seringas contaminadas.

Ainda referindo os dados mais recentes, relativos a 2012, o coordenador do programa nacional para a infeção VIH/Sida revelou que foram notificados 1.116 novos casos.

Este número acompanha a tendência de decrescimento de notificação de novos casos nos últimos anos: em 2011 foram notificados 1.384, em 2010 foram 1.645 e em 2009 foram 1.812.

No ano passado, estavam diagnosticados e em tratamento entre 22 mil e 25 mil, embora se estime que estejam infetados cerca de 70 mil portugueses (0,7% da população), dos quais perto de 10 mil que sabem estar infetados mas não estão referenciados e cerca de 35 mil que não sabem ter a infeção.

Por grupos específicos de maior risco, a prevalência de infeção em 2012 era muito superior ao geral da população: 8,7% nos homossexuais, 5,8% nos reclusos, entre 7,6% e 12,5% nas prostitutas de rua e 3,9% nas prostitutas de interior.

Retrospetivamente, nestes 30 anos desde o primeiro diagnóstico de VIH, foram notificados em Portugal 43.359 casos.

AL // CC

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