Mondim de Basto, 21 abr (Lusa) -- O presidente da Câmara de Mondim de Basto afirmou hoje que o Governo "está a desqualificar" os concelhos com o encerramento de serviços públicos, como as finanças, com vista à "extinção" dos municípios.

O Governo anunciou hoje que se comprometeu a encerrar metade das repartições de finanças do país até ao final de maio, devendo a lista das unidades a fechar ter sido concluída até ao final do primeiro trimestre.

"O Governo com esta postura absolutamente conservadora de extrema-direita está a levar à ruína e a virar as costas a uma boa parte do território português. É uma atitude absolutamente de ditadura, em que estão a espezinhar as populações do interior do país", afirmou Humberto Cerqueira à agência Lusa.

O autarca socialista considerou mesmo que o que está a acontecer "não é próprio de uma democracia com 40 anos".

O presidente referiu que o município ainda não se refez da notícia "de encerramento do tribunal" e confronta-se agora com o eventual encerramento de mais um serviço público, nomeadamente as finanças.

A comarca de Mondim de Basto vai ser transformado numa secção de proximidade e as finanças locais estão incluídas numa eventual lista das 10 repartições das 14 existentes no distrito de Vila Real que poderão encerrar as portas.

De acordo com notícias divulgadas hoje, o Governo comprometeu-se a encerrar metade das repartições de finanças do país até ao final de maio, devendo a lista das unidades a fechar ter sido concluída até ao final do primeiro trimestre.

Humberto Cerqueira disse estar disponível para negociar com o Governo uma eventual integração dos serviços das finanças na autarquia.

No entanto, na opinião do autarca esse processo negocial não ocorre porque isso poderia "qualificar as autarquias" e o que o "Governo pretende é exatamente o contrário", isto é pretende "retirar-lhes competências, para depois ter um pretexto para extinguir os municípios".

"Este Governo tem este preconceito ideológico de tudo quanto é Estado, serviço público, é mau e, portanto, tem que encerrar, e nós ficamos na dúvida se é 'troika' que o impõem ou se a 'troika' sugere e o Governo adere", sublinhou.

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