Paulo Portas diz que juros de Portugal estão próximos dos que Irlanda tinha no fim do programa

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Porto Canal

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, disse hoje que os juros da dívida portuguesa estão a negociar em valores próximos daqueles que a Irlanda tinha quando saiu do seu programa de ajustamento, que terminou sem um programa cautelar.

"As emissões de juros da dívida pública portuguesa estão a aproximar-se dos valores que a Irlanda tinha quando anunciou a decisão de saída do programa", disse hoje Paulo Portas, no Parlamento, na comissão de acompanhamento da ‘troika'.

Segundo o governante, os juros da dívida soberana de Portugal seguem no prazo a 10 anos "abaixo dos 4%", um valor que considerou "icónico e exemplar", enquanto na maturidade a dois anos seguem "à volta de 1%".

Nos últimos meses, tem sido discutido como sairá Portugal do atual programa de ajustamento, se o fará com ou sem o suporte de um programa cautelar, não sendo conhecida ainda uma decisão para isso.

A Irlanda terminou o seu programa de assistência em dezembro de 2013, sem recorrer a um programa cautelar, que implica novas condicionalidades mas também suporte no regresso aos mercados financeiros internacionais.

Paulo Portas disse também que, segundo o ponto de vista do Governo, a expressão "saída limpa" se aplica nos casos de Portugal sair com ou sem cautelar, porque o importante é que não seja necessário um segundo resgate, depois do pedido em 2011.

"Do ponto de vista do Governo uma saída diretamente para mercados é limpa e uma saída diretamente para mercados com o apoio de uma linha de crédito é limpa também", afirmou o vice-primeiro-ministro.

A comissão parlamentar em que Paulo Portas hoje participa sobre a 11.ª avaliação ao programa de ajustamento começou pouco depois das 15:00 (hora de Lisboa), pela mesma hora em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou o seu relatório precisamente sobre a 11.ª avaliação.

Isto levou o socialista Pedro Marques a queixar-se do facto de ser difícil aos deputados prepararem-se para esta comissão pela falta da documentação necessária.

"É difícil trabalhar nestas condições. Ainda há pouco fui ao ‘site' do FMI e ainda não estavam lá os documentos e já havia ‘takes' da Lusa sobre isso", afirmou.

Cerca das 16:00, os juros da dívida pública de Portugal negociavam no mercado secundário a 3,736% no prazo a 10 anos e a 1,108% a dois anos, segundo a agência de informação financeira Bloomberg.

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