Empresário suspeito de mandar atear fogo em prédio do Porto nega crime - advogada

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Porto Canal com Lusa

O empresário levado hoje a julgamento sob a imputação de ser o mandante de dois fogos postos num prédio do Porto, em 2019, provocando a morte de um dos inquilinos, negou a prática de crime, contou uma advogada.

Segundo a advogada Luísa Macanjo, que representa no processo um familiar da vítima mortal, o principal arguido - empresário de nacionalidade chinesa - "prestou declarações, mas está ainda numa posição parcial".

Está a assumir factos evidentes, ou seja, as compras, os negócios, o projeto para o local, mas não o objeto principal do processo. Começou por dizer que era mentira, que nega a participação naquilo que é o objeto principal do processo, que são os incêndios e as consequências dos mesmos", disse a advogada, que falava aos jornalistas após a audiência de julgamento da manhã.

Já o advogado Gonçalo Nabais, que representa o próprio empresário, disse apenas que "é tudo muito prematuro" e que "está tudo a decorrer normalmente".

O julgamento foi atribuído ao tribunal criminal de São João Novo e os jornalistas foram impedidos de entrar na sala, com alegação de que os 10 lugares previstos para arguidos e público estavam ocupados com os acusados e os guardas prisionais que acompanham dois presos preventivos à ordem do processo.

Os jornalistas destacados para cobrir o início do julgamento, em representação da RTP, Lusa, TVI, JN, CMTV e Porto Canal, formalizaram já uma reclamação ao Conselho Superior da Magistratura (CSM).

Num processo com mais cinco arguidos, o empresário foi acusado e pronunciado por seis crimes de homicídio qualificado (um consumado e cinco tentados), dois de incêndio (um consumado e outro tentado), um de extorsão tentada e outro de branqueamento de capitais.

Segundo o Ministério Público (MP), o empresário agiu movido por intuitos de especulação imobiliária: estava determinado a revender, sem inquilinos, um prédio que comprara na Rua Alexandre Braga, do número 100, junto ao Mercado do Bolhão, no Porto, mas não conseguiu negociar a saída dos únicos locatários que ali restavam (uma octogenária e três filhos, no terceiro piso). Mandou, por isso, atear dois incêndios no prédio, o segundo dos quais resultou na morte de um dos inquilinos, de acordo com o despacho de acusação.

Refere o MP que em 23 de fevereiro de 2019, "na execução do planeado" pelo empresário e os seus contratados, foi ateado o primeiro fogo ao prédio, que "teve uma fraca evolução (...) por motivos alheios à vontade dos arguidos".

Em 02 de março seguinte, o empresário chinês manda "atear outro fogo ao edifício e matar os seus ocupantes".

Os bombeiros resgataram três dos ofendidos, incluindo a octogenária, mas um outro foi encontrado um dia depois, carbonizado, nas águas-furtadas do prédio.

Antes de mandar atear os incêndios, o empresário mandou a oferecer 10 mil, 15 mil e até 40 mil euros à família da octogenária que se matinha no prédio há 50 anos e que pagava uma renda mensal de 53,28 euros.

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