Novo diretor do Teatro Municipal de Bragança quer ouvir as pessoas e as instituições

| Norte
Porto Canal com Lusa

Bragança, 31 ago 2020 (Lusa) -- O diretor do Teatro Municipal de Bragança (TMB), João Cristiano Cunha, quer que a comunidade sinta que esta sala é delas, com uma aposta num serviço educativo que ausculte as instituições e as pessoas que estão no terreno.

João Cristiano Cunha chegou em janeiro ao TMB e, imediatamente a seguir, tudo o que tinha pensado caiu devido à pandemia da covid-19. Em entrevista à Lusa, não esconde que "houve uma ponta de frustração", mas os tempos foram de "aprendizagem" e preparação do regresso a cena.

A nova temporada abre no próximo sábado com as limitações impostas pela pandemia, mas o diretor, está "bastante confiante de que o Teatro Municipal de Bragança vai receber mais público e conseguir convocar mais pessoas da cidade e fazer com que as pessoas sintam que o teatro é delas, (que) esta casa é das pessoas e é para as pessoas".

João Cristiano Cunha, professor de educação estética e artística, tem para o TMB, como "grande objetivo, a fidelização de públicos, a criação de novos públicos e o reforço inequívoco de um serviço educativo que ausculte as instituições e as pessoas que estão no terreno".

"Mais do que impormos espetáculos, devemos ouvir o que as pessoas querem, obviamente com a qualidade sempre como chancela, como denominador comum porque há coisas que não fazem sentido num teatro municipal desta envergadura", defendeu, em entrevista à Lusa.

Para o diretor "é impensável" fazer um arraial no Teatro ou alguns apontamentos de comédia que as pessoas pedem. Todavia, entende que não pode descurar, nem pôr completamente de parte o que o público quer.

"Não podemos é baixar a fasquia da qualidade", vincou, destacando a vertente educativa que este espaço tem na formação de públicos.

"Nós não podemos gostar daquilo que não conhecemos, mas para conhecer tem que frequentar, tem que ver, tem que ouvir, tem que sentir e tem que lhe ser proporcionado", reiterou.

O diretor quer "dialogar com as instituições, ouvir quem está no terreno, professores, educadores, as restantes pessoas de outras instituições e associações", para programar em conjunto e de algum modo "ir ao encontro dos gostos e interesse dessas pessoas e daquilo que faz sentido, nos seus projetos educativos, e naquilo que faz sentido nos seus planos anuais de atividades".

"Poderei ter cinco espetáculos para a infância, mas eu quero ouvir um representante de cada agrupamento de escolas dizer-me: se calhar isto faz mais sentido, tendo em conta o nosso projeto educativo; é importante ouvirmos", concretizou à Lusa.

João Cristiano Cunha acredita que ouvindo, também consegue convocar "as pessoas a virem mais ao teatro e a trazerem os seus alunos que são os públicos de amanhã".

Numa altura em que o interior de Portugal ganhou nova visibilidade com a procura turística pela segurança, o diretor quer que o Teatro Municipal de Bragança seja "uma mais-valia na promoção e projeção do próprio território, para as pessoas que ali vivem, mas também para quem visita a região.

"Esta questão de fruir a natureza e depois à noite vir ver um espetáculo de qualidade, se calhar é apelativo para as pessoas ficarem e, se calhar, passam mais uma noite nas unidades hoteleiras locais, e ficam mais um dia e visitam ainda mais umas aldeias", considerou.

O Teatro Municipal de Bragança está encerrado há cerca de cinco meses, devido às medidas de contingência da pandemia da covid-19, e reabre no próximo sábado, com uma programação que preenche todos dos fins de semana, de setembro a dezembro.

HFI // MAG

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