Crise na República Centro-Africana pode ameaçar segurança global - Guterres

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Porto Canal / Agências

Genebra, Suíça, 16 abr (Lusa) -- O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, alertou hoje que a crise na República Centro Africana (RCA) pode envolver toda a região e ameaçar a segurança global.

"Não é fácil atrair a atenção das opiniões públicas em geral e dos governos em particular para a gravidade da crise na República Centro Africana", declarou Guterres à agência France Presse.

"Mas a verdade é que a República Centro Africana tem potencial para gerar insegurança a nível regional que a coloca ao nível de outras grandes crises", como o Sudão ou a República Democrática do Congo, adiantou numa entrevista à AFP

A RCA sofre há décadas devido a golpes de Estado, tumultos militares e greves gerais, mas desde o ano passado o conflito tem assumido um tom étnico-religioso, com um balanço de milhares de mortos.

Cerca de um quarto dos 4,6 milhões de habitantes da RCA estão deslocados, na maioria muçulmanos, que constituem cerca de um quinto da população essencialmente católica.

À volta de 200.000 pessoas fugiram do país, sobretudo para os vizinhos Chade e Camarões e o número de refugiados poderá atingir os 360.000 até ao final do ano, de acordo com a ONU.

"Vemos combatentes que vão de um país para outro e, agora que a dimensão religiosa se juntou à crise na República Centro Africana, tudo isto pode contribuir para um aumento das ameaças à paz mundial e à segurança global", disse Guterres.

Agências da ONU lançaram hoje um apelo de 274 milhões de dólares (241 milhões de euros) destinados ao apoio aos refugiados nos países vizinhos da RCA, mas um pedido de doações anterior, de 550 milhões de dólares (398 milhões de euros) para as operações na República Centro Africana, só obteve uma resposta de 200 milhões de dólares (144,8 milhões de euros).

Com a guerra na Síria e mais recentemente o conflito na Ucrânia a ocuparem a atenção internacional, as crises africanas tendem a ficar esquecidas, "mesmo que, do ponto de vista humanitário, sejam absolutamente terríveis", disse Guterres à AFP.

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