Covid-19: Presidente indigirtado do BPI diz que banca está melhor preparada para a crise

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 31 jul 2020 (Lusa) - O presidente executivo indigitado do BPI disse hoje que a situação atual da banca "não tem nada a ver" com a da crise de 2008, considerando o sistema financeiro melhor preparado para a crise associada à pandemia de covid-19.

Começando por saudar os níveis de "solidez" e "liquidez" e "de risco" do BPI, João Pedro Oliveira e Costa alargou o comentário ao sistema bancário nacional, dizendo que "não tem nada a ver a situação em que o setor financeiro português está com aquilo que enfrentou quando começou a crise de 2008".

O responsável do BPI referiu "o esforço muitíssimo grande que fez na redução da sua carteira de malparado, mas também um esforço de redução de custos, transformação do modelo de negócio, digitalização, transformação em termos do formato com que estava a operar em cada uma das linhas de negócio".

"O que nós verificamos hoje, nos vários indicadores, é que todo o setor financeiro português está muito bem, e basta ver os comentários que as próprias agências de 'rating' fazem relativamente à banca portuguesa", referiu, quando questionado precisamente acerca de vários 'avisos' das agências quanto à exposição do sistema bancário nacional à crise associada à pandemia de covid-19.

João Pedro Oliveira e Costa disse que "a banca portuguesa está preparada para apoiar a economia, para enfrentar o que vem pela frente".

"É preciso dar esse voto positivo à banca portuguesa, deixando muitas vezes de ser o foco em muitos comentários que eu considero desnecessários", afirmou o presidente executivo indigitado do BPI.

Na quinta-feira, a Fitch considerou que o choque sem precedentes desencadeado pela crise pandémica é um risco para o 'rating' dos bancos portugueses e que uma crise mais longa é uma ameaça ao setor.

Segundo a agência de 'rating', o setor bancário português mostrou alguma resiliência no primeiro trimestre deste ano, ainda que com aumentos das provisões para perdas com crédito, mas a pressão ter-se-á intensificado a partir do segundo trimestre, com alguns bancos provavelmente com prejuízo ou pelo menos em 'breakeven' (ponto de equilíbrio entre ganhos e perdas), prevendo que a recuperação gradual das operações seja improvável antes de 2022.

"Uma crise mais longa do que atualmente esperamos ameaçaria a viabilidade do setor bancário e reverteria os significativos progressos alcançados desde 2016", afirma a Fitch.

No imediato, diz a Fitch, a crise é um risco para a avaliação que faz das métricas dos bancos, desde logo, porque os bancos com mais ativos problemáticos e menos capitalizados "estão mais vulneráveis", o que pressiona os 'ratings' atribuídos.

Contudo, sugere, a pressão sobre os 'ratings' poderá ser mitigada com os pacotes de apoio das autoridades públicas (governo, banco central, fundos europeus), minimizando o efeito da crise económica sobre o setor bancário.

O BPI teve lucros de 42,6 milhões de euros no primeiro semestre, menos 68% do que no mesmo período do ano passado, tendo registado 83 milhões de euros em imparidades, divulgou hoje o banco em comunicado ao mercado.

As imparidades criadas entre janeiro e junho foram de "caráter preventivo", segundo o banco detido pelo grupo espanhol Caixabank, relacionadas com a crise económica desencadeada pela covid-19.

Na atividade em Portugal, o lucro foi de 6,5 milhões de euros, menos 92,6% face a período homólogo.

JE (IM) // EA

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