Covid-19: PIB português cai 16,5% em termos homólogos e 14,1% em cadeia no 2.º trimestre

Covid-19: PIB português cai 16,5% em termos homólogos e 14,1% em cadeia no 2.º trimestre
| Economia
Porto Canal com Lusa

O Produto Interno Bruto (PIB) português caiu 16,5% no segundo trimestre do ano face ao mesmo período de 2019, devido aos efeitos económicos da pandemia de covid-19, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

"Refletindo o impacto económico da pandemia, o PIB registou uma forte contração em termos reais no 2.º trimestre de 2020, tendo diminuído 16,5% em termos homólogos, após a redução de 2,3% no trimestre anterior", pode ler-se numa estimativa rápida hoje divulgada pelo INE.

No trimestre em que se registou a maior queda de sempre do PIB português em termos homólogos face ao ano anterior, a queda em cadeia - relativamente ao primeiro trimestre do ano - foi de 14,1%, adiantou também o INE.

De acordo com o instituto de estatística, o resultado registado face ao período homólogo de 2019, uma queda de 16,5%, "é explicado em larga medida pelo contributo negativo da procura interna para a variação homóloga do PIB, que foi consideravelmente mais negativo que o observado no trimestre anterior, refletindo a expressiva contração do consumo privado e do investimento".

"O contributo negativo da procura externa líquida também se acentuou no 2.º trimestre, traduzindo a diminuição mais significativa das exportações de bens e serviços que a observada nas importações de bens e serviços devido em grande medida à quase interrupção do turismo de não residentes", adianta também o INE.

Já sobre o resultado em cadeia (queda de 14,1%), depois de uma recessão de 3,8% no trimestre anterior, o INE assinala que o resultado é "também explicado, em larga medida, pelo contributo negativo da procura interna", tendo igualmente se verificado "um maior contributo negativo da procura externa líquida".

O INE assinala que a informação divulgada na estimativa rápida de hoje é "forçosamente incompleta", mas face à "particular urgência" do seu conhecimento devido ao contexto económico atual, "decidiu antecipar a divulgação de resultados para o 2.º trimestre de 2020".

"O INE inicia assim a divulgação de estimativas rápidas a 30 dias para as taxas de variação do PIB trimestral em volume. A habitual divulgação a 45 dias da estimativa respeitante ao 2.º trimestre (neste caso a segunda estimativa) irá ser mantida e será divulgada no dia 14 de agosto", refere também o instituto, que também assinala que os resultados detalhados serão conhecidos dia 31 do mesmo mês.

Assim, o INE reconhece que "a divulgação mais precoce de resultados comporta uma maior probabilidade de revisões mais significativas que as que ocorrem com estimativas a 45 dias, refletindo quer as incertezas associadas à pandemia quer o menor volume de informação primária disponível".

Para o conjunto do ano, a estimativa mais negativa até agora conhecida é a da União Europeia, que prevê uma queda de 9,8% do PIB, seguindo-se, as estimativas de recessão do Banco de Portugal (9,5%), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), de 9,4%.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu uma queda de 8,0% para a economia portuguesa no ano de 2020, o Conselho das Finanças Públicas estima uma recessão de 7,5%, e a previsão mais otimista é a do Governo, que estima uma queda de 6,9%.

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