BCP continuará sem distribuir dividendos referentes a 2019 - Miguel Maya

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 28 jul 2020 (Lusa) - O presidente executivo do BCP disse hoje, em conferência de imprensa, que o banco não irá rever este ano a decisão de suspender o pagamento de dividendos e que não os pagará relativamente a 2019.

"Não vamos rever essa política até final do ano. A prioridade é a defesa do balanço do banco, o valor criado é para ficar no balanço do banco", afirmou Miguel Maya na conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro semestre (lucros de 76 milhões de euros), reiterando que não haverá "distribuição de dividendos relativamente a 2019".

Já de futuro, numa situação de normalidade, o esperado é que sejam distribuídos em dividendos 40% dos resultados gerados, acrescentou.

Quando houver o regresso de dividendos, disse Maya, esses serão pagos tendo em conta os resultados do banco, a sua solidez e a reservas passíveis de serem distribuídas, onde constarão parte dos referentes a 2019.

Em maio, os acionistas do BCP aprovaram o cancelamento do pagamento de dividendos referentes a 2019 (lucros de 302 milhões de euros), devido à incerteza associada à situação de pandemia, e a retoma da distribuição de dividendos para quando for ultrapassada a crise e na medida em que o banco e a economia iniciem a sua recuperação.

O Banco Central Europeu (BCE) prolongou hoje a recomendação aos bancos para que não paguem dividendos até final do ano e pediu ainda que sejam "extremamente moderados relativamente à remuneração variável".

O BCP divulgou hoje que teve lucros de 76 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, uma diminuição de 55% face aos lucros de 169,8 milhões de euros no mesmo período de 2019. Nos primeiros seis meses do ano, o banco constituiu 351,4 milhões de euros de imparidades (sobretudo para crédito), mais 108,8 milhões de euros do que as constituídas no mesmo período de 2019.

O principal acionista do BCP é o grupo chinês Fosun, com cerca de 27%, sendo a petrolífera angolana Sonangol o segundo maior acionista, com 19,5% do capital social.

O fundo de investimento BlackRock tem cerca de 3% e o Grupo EDP cerca de 2%, segundos os últimos dados disponíveis no 'site' do banco na Internet.

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