Protesto em São Paulo marcado por pilhagens e confrontos com a polícia
Porto Canal
Grupos levaram a cabo pilhagens nas lojas das ruas do centro de São Paulo e entraram em confronto com a Polícia Militar durante um protesto que corria predominantemente de forma pacífica nesta terça-feira (madrugada de hoje em Lisboa).
Os polícias, que até então não haviam interferido na manifestação, aumentaram o patrulhamento depois de as montras das lojas terem sido partidas e os manequins atirados contra outras lojas, afirmou a imprensa brasileira. Uma agência bancária e uma base da polícia também foram saqueadas e pessoas foram vistas carregando eletrodomésticos para fora de um estabelecimento invadido, segundo a "Folha de São Paulo".
Bombas de gás lacrimogéneo foram usadas pela polícia de choque, e pelo menos seis pessoas foram detidas em flagrante. Outras 20 foram detidas sob suspeita.
Também houve confrontos na rua Augusta, como já havia ocorrido na última quinta-feira. Manifestantes colocaram fogo em sacos de lixo para conter o avanço da polícia, e os agentes ripostaram com bombas de efeito moral.
Mais cedo, um grupo de dezenas de radicais já havia pilhado a sede do governo municipal da cidade, ao quebrarem vidros com pedras e barras de ferro e ao retirarem as bandeiras da cidade e do estado de São Paulo dos mastros. Outros manifestantes tentaram impedi-los, sem sucesso. Guardas-civis municipais que protegiam o local ficaram feridos.
O maior grupo de manifestantes protestava de forma pacífica na avenida Paulista contra o alto custo dos transportes públicos, após ter percorrido as ruas do centro historio da cidade. Segundo o instituto de pesquisas Datafolha, pelo menos 50 mil pessoas participaram na manifestação. Cerca de uma centena deles protestou em frente à casa do prefeito Fernando Haddad, também pacificamente.
São Paulo teve ainda outros focos simultâneos de protesto, em três localidades da zona sul e na região metropolitana, no município de Cotia.