CDS/Congresso: País precisa de estabilidade, não do fim de diferenças entre PSD/CDS

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 18 jun (Lusa) - O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou hoje que a "perceção das diferenças" no seio da maioria "é nítida", defendendo que "o país precisa de um Governo estável", mas não que o CDS-PP seja igual ao PSD.

Na moção que vai apresentar ao XXV Congresso do CDS-PP, e terça-feira à noite divulgada em Lisboa, Portas defende o consenso político e a concertação e diz que o partido "não contribuirá para o excesso de crispação política em Portugal".

Mas ao fazer um balanço da governação, o líder centrista afirmou que os democratas-cristãos não se arrependem "de dar estabilidade", ao mesmo tempo que garantem "a diversidade".

"Ao cabo de dois anos especialmente exigentes, a maioria é estável e a perceção das diferenças é nítida. Teria de ser naturalmente assim: o país precisa de um Governo estável, mas não precisa de um CDS igual ao PSD", afirmou.

Apesar de não liderar o Governo, "o CDS-PP é essencial à estabilidade" do executivo, disse Portas, apontando que "uma parte da impressão digital do CDS-PP nesta maioria também acontece por via da pressão, legítima e ordenada, para evitar decisões que possam pôr em causa ideias do partido ou interesses públicos relevantes".

"O CDS-PP assume que em determinados momentos teve de vincar a sua posição com maior atrito, precisamente por considerar que estavam em causa questões muito relevantes", declarou, para depois nomear matérias como a TSU ou o modelo de privatização da RTP.

A moção de estratégia global "Responsabilidade e identidade" foi apresentada na sede do CDS-PP em Lisboa e formalizada a recandidatura de Paulo Portas ao XXV Congresso do CDS-PP, que se realiza a 06 e 07 de julho, na Póvoa do Varzim.

Apesar de afirmar que o "Governo não é uma competição de bandeiras", Portas elencou uma série de "opções de fundo" com a marca do CDS-PP, como a "decisão de aumentar as pensões mínimas, sociais e rurais", a "atribuição de um apoio majorado aos casais desempregados", a "contratualização de responsabilidades com o setor social", o "lançamento do IVA de Caixa", os "exames nacionais no final dos ciclos escolares", os "julgamentos rápidos", a "prescrição por princípio ativo", entre outras.

Portas fez uma desconstrução daquilo que considerou ser o "frentismo de esquerda", que, defendeu, "constitui apenas uma frente negativa", sem "qualquer coerência programática", além de que em Portugal, "à esquerda, não é possível qualquer Governo que não tenha o PS como centro de gravidade".

"Não há consistência programática possível entre um PS europeísta, subscritor do Tratado Orçamental e vinculado a instrumentos de responsabilidade financeira e governação económica da Europa, e a federação de forças que gravitam em torno da extrema-esquerda, que oscilam entre a denúncia da Europa e do euro e petições de isolamento financeiro de Portugal, que implicariam a rutura com os nossos parceiros externos", considerou.

Portas dramatizou a realização de eleições antecipadas, como pede a esquerda, considerando que, nessa circunstância, "o risco de um segundo resgate seria elevado e o prolongamento da dependência externa inevitável".

O presidente do CDS-PP reiterou a defesa da paz social, a importância do "diálogo com a UGT" e um "quadro de estabilidade e de procura de consensos políticos", com a "colaboração institucional entre órgãos de soberania", sublinhando que as "chamadas de atenção feitas pelo Presidente da República devem merecer reflexão atenta".

ACL // ARA

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