Covid-19: PR diz que Portugal já apoiou Reino Unido em momentos difíceis

| Política
Porto Canal com Lusa

Almada, Setúbal, 03 jul 2020 (Lusa) - O Presidente da República disse hoje que os portugueses já apoiaram o Reino Unido em momentos difíceis ao comentar a decisão do Governo britânico de excluir Portugal da lista de países considerados seguros em relação à pandemia de covid-19.

"[O Reino Unido] é o nosso aliado mais antigo, as nossas relações são de muitos séculos e há uma coisa que toda a gente sabe: que na vida das pessoas, como nos países, ora se está no alto, ora se está em baixo. E quando se está em baixo precisa-se dos outros. Quando se está no alto - ou quando se pensa que se está no alto - às vezes esquecem-se os outros", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

"Há sempre uma ocasião - é um problema de esperar -- em que é preciso a ajuda daqueles que, num determinado momento, se pensou que estariam, para sempre, em baixo", acrescentou o Presidente da República antes de assistir à estreia de uma peça de teatro em Almada, no distrito de Setúbal.

O Presidente da República comentava a exclusão de Portugal da lista de 59 países e territórios considerados seguros pelo Governo britânico, o que significa que os passageiros provenientes de Portugal terão de cumprir os 14 dias de quarentena impostos pelo executivo de Boris Johnson devido à pandemia de covid-19.

"Em Portugal nós temos situações muito diversas no território português em termos de pandemia - por isso é que há um estado de calamidade, um estado de contingência e um estado de alerta -, que não devem ser tratadas da mesma maneira, porque são diferentes. E essas realidades diferentes, do nosso ponto de vista, significam que, quem de fora olha para Portugal, tem de olhar para realidades diversas", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado acrescentou que "o Algarve tem números que, comparados com alguns números de países estrangeiros - para não estar a identificar um em particular -, são lisonjeiros para o Algarve".

Marcelo Rebelo de Sousa notou ainda que Portugal não estabeleceu qualquer limitação ou quarentena a quem vinha, ou vem, do Reino Unido, independentemente dos números da pandemia no Reino Unido, fossem melhores ou piores do que os números portugueses.

Questionado sobre uma eventual alteração das restrições impostas pelo Governo britânico, o Presidente da República disse que se trata de uma "lição da história".

"Eu digo só que isto é uma lição da história. A nossa história mostrou como umas vezes o Reino Unido nos apoiou quando estávamos em baixo, outras vezes apoiámos nós o Reino Unido, mesmo em situações complicadas a nível mundial, quando foi necessário apoiar. Portanto, não há fim da história, não há fim da história", concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 521 mil mortos, incluindo 1.598 em Portugal.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (128.740) e mais casos de infeção confirmados (quase 2,74 milhões).

Seguem-se Brasil (61.884 mortes, mais de 1,49 milhões de casos), Reino Unido (44.131 mortos, mais de 284 mil casos), Itália (34.833 mortos e mais de 241 mil casos), França (29.893 mortos, mais de 203 mil casos) e Espanha (28.385 mortos, mais de 250 mil casos).

GR // SR

Lusa/Fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.