CGTP recusa negociar salário mínimo como "moeda de troca" para nova ofensiva aos trabalhadores
Porto Canal / Agências
Lisboa, 09 abr (Lusa) - A CGTP recusou hoje aceitar a subida do salário mínimo nacional como "moeda de troca" para uma nova ofensiva aos trabalhadores e exige a atualização a 1 de junho do valor desta retribuição para os 515 euros.
"Não se pode passar para outro processo sem encerrar este", disse o secretário-geral da estrutura sindical no final de uma reunião com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que recebe hoje os parceiros sociais no âmbito da conclusão do Programa de Assistência Financeira.
"Não faz sentido abrir um outro processo misturando o trigo com o joio, o trigo objetivamente é o salário mínimo nacional, que tem que ser atualizado no 1 de junho para 515 euros. Misturar esta com outras matérias na concertação social é o mesmo que dizer que nós, para aceitarmos a subida de 15 ou 30 euros, seríamos confrontados com propostas que retirariam 150 a 200 euros aos trabalhadores na sua retribuição", disse.
Assim, para Arménio Carlos, o Governo pretende negociar a melhoria do valor do salário mínimo com "algumas concessões" por parte dos sindicatos, "mexendo nas indemnizações e na contratação coletiva", nomeadamente alterando ou eliminando cláusulas "que hoje são mais favoráveis aos trabalhadores", entre as quais as relativas a subsídios, trabalho extraordinário e abonos.
De acordo com a estrutura sindical, o Governo estará ainda interessado em aproveitar esta negociação para alterar a lei dos despedimentos para reduzir as indemnizações para os despedimentos ilegais.
"Nós não aceitamos de forma nenhuma que o salário mínimo nacional seja moeda de troca para uma nova ofensiva que ira empobrecer ainda mais os trabalhadores", sublinhou.
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