BE duvida de aumento do salário mínimo e alega que austeridade vai continuar

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 08 abr (Lusa) - O coordenador do Bloco de Esquerda (BE) João Semedo considerou hoje muito difícil que o Governo aumente o salário mínimo e alegou que o executivo PSD/CDS-PP vai dar continuidade à austeridade através de "pesadíssimos sacrifícios".

Em declarações aos jornalistas, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, no final de uma reunião com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sobre a conclusão do programa de resgate a Portugal, João Semedo afirmou que esse encontro confirmou "um conflito definitivo entre o Governo e o BE".

No que respeita à austeridade, João Semedo referiu que o BE saiu deste encontro sem "nenhuma novidade" sobre futuras medidas, mas convicto de que "o Governo está apostado numa marcha forçada para reduzir o défice brutalmente num período curtíssimo impondo pesadíssimos sacrifícios".

"O que hoje o Governo nos disse é que toda esta política de austeridade é para continuar, com cortes nos salários e nas pensões, redução do orçamento dos serviços públicos e, sobretudo, redução na despesa social do Estado", declarou o coordenador do BE.

"O primeiro-ministro enunciou um caminho de continuidade com as políticas atuais de austeridade e de corte na despesa pública e na despesa social. Não tivemos desse ponto de vista nenhuma novidade, o senhor primeiro-ministro disse na reunião aquilo que tem dito publicamente e que é conhecido de todos", acrescentou.

Quanto a um eventual aumento do salário mínimo, João Semedo disse: "Essa matéria não foi discutida, mas, num contexto de austeridade, vai ser muito difícil que o Governo cumpra aquilo que nos últimos dias tem indiciado que poderá vir a fazer, que é aumentar o salário mínimo nacional".

O dirigente bloquista acentuou que o BE rejeita a atual política de "empobrecimento generalizado" e entende que "este é o momento de desobedecer aos credores e à 'troika'", através de uma reestruturação dos prazos, juros e montantes da dívida pública portuguesa e da rejeição do chamado tratado orçamental por via de um referendo nacional.

Para além de João Semedo, integraram a delegação do BE que hoje se reuniu com o primeiro-ministro a coordenadora deste partido Catarina Martins, o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, e a deputada Mariana Mortágua.

IEL // SMA

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