Covid-19: 15% de empresas no Porto viram atividade reduzida para menos de metade

Covid-19: 15% de empresas no Porto viram atividade reduzida para menos de metade
| Norte
Porto Canal com Lusa

Um estudo divulgado esta quarta-feira pela Câmara do Porto concluiu que o impacto da covid-19 no tecido empresarial da cidade foi assimétrico, tendo a maioria dos investidores registado quebras ligeiras, enquanto 15% viram a atividade reduzida a menos de metade.

O estudo, realizado através do gabinete de atração de investimento InvestPorto e disponibilizado hoje na página oficial do município na Internet, tem por base um questionário realizado junto de 65 empresas presentes na cidade, que empregam mais de 4.000 colaboradores, e que, no último ano, geraram “um volume de negócios combinado superior a 768 milhões de euros”, refere a câmara.

De acordo com o documento, os setores de hotelaria e turismo e dos serviços partilhados concentram as perdas mais elevadas, enquanto as empresas do setor das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) sofreram um impacto imediato inferior.

O estudo, que analisou os efeitos da pandemia de covid-19 no tecido de “empresas estratégicas da cidade”, conclui que, em regra geral, quanto menor a dimensão das operações, maior a quebra de atividade e observa que os investimentos estrangeiros foram menos afetados do que os domésticos.

De acordo com o relatório, 82% das empresas está já a laborar normalmente. Da amostra, apenas 3% das empresas estavam prestes a suspender a atividade e 15% encontravam-se com a atividade temporariamente suspensa, metade das quais provenientes do setor da hotelaria e turismo.

O estudo assinala, contudo, que a pandemia trouxe novas oportunidades de negócio para um em cada quatro investidores no Porto, no entanto, as oportunidades geradas também se distribuem de forma assimétrica, concentrando-se nos serviços de consultoria, empresas tecnológicas e nos serviços partilhados, destaca a autarquia, numa nota hoje divulgada no seu portal de notícias.

A esmagadora maioria das empresas, cerca de 91%, indica ser capaz de assegurar as suas necessidades de liquidez imediatas, enquanto 8% dos inquiridos assinalaram não ter capacidade de caixa para os próximos dois meses, sendo que, destas, 60% eram microempresas.

Em resposta à pandemia, oito em cada 10 empresas adotaram o regime de teletrabalho e o recurso ao pagamento fracionado de impostos e de contribuições para Segurança Social foram as medidas públicas de apoio extraordinário mais populares, sendo solicitada por 22% das empresas participantes no estudo.

Além disso, 15% recorreram ao regime de ‘lay-off’ simplificado e 12% às linhas de crédito ou às moratórias para empresas afetadas pela covid-19. Apenas 3% das empresas recorreram ao despedimento de recursos humanos.

O município salienta ainda que dois em cada três investidores encaram o período de recuperação pós covid-19 de forma positiva. No entanto, entre empresas do setor de hotelaria e turismo apenas metade antevê o futuro de forma idêntica.

Segundo o estudo, as empresas de capital estrangeiro tendem a ver o futuro de forma mais positiva do que as portuguesas, sendo que dois em cada três investidores estrangeiros antecipam aumentar o ritmo de novos investimentos no Porto e nenhuma empresa grande ou média prevê cortar investimentos na cidade. No entanto, 40% das microempresas prevê uma redução.

O estudo divulgado adianta ainda que um em cada três investidores antecipam expandir a sua presença no Porto, sendo que o setor das TIC e os investidores externos lideram em intenções de novos investimentos.

Por outro lado, no setor da hotelaria e turismo espera-se uma maior contração do investimento.

Metade das empresas mantém também a intenção de continuar a recrutar pessoal, mas 21% adiaram novas contratações. No setor das TIC, 67% das empresas prevê continuar a contratar. Já no setor da hotelaria e turismo, apenas 25% mantêm a intenção de recrutar pessoal.

O município refere, contudo, que os planos de recrutamento das empresas estrangeiras sofreram menos alterações devido à covid-19, com 72% a manter a intenção de contratar mais recursos humanos. Entre as empresas portuguesas, apenas 38% preveem novas contrações.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 443 mil mortos e infetou mais de 8,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.523 pessoas das 37.672 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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