Tribunal de Portimão inicia julgamento de médica acusada de homicídio por negligência
Porto Canal / Agências
Portimão, 08 abr (Lusa) - O Tribunal de Portimão inicia hoje o julgamento de uma médica ginecologista acusada de homicídio por negligência, por alegadamente ter causado a morte a uma mulher na sequência de uma intervenção cirúrgica.
O caso remonta a abril de 2011, quando a vítima, uma mulher de 27 anos, enfermeira, aceitou a sugestão da médica de se submeter a uma cirurgia aos ovários para poder engravidar.
Vera Alves morreu no bloco operatório no Hospital Particular do Algarve, em Portimão, devido a uma hemorragia, supostamente causada por feridas resultantes do ato cirúrgico.
Acusada em janeiro de 2012 pelo Ministério Público (MP), a médica ginecologista requereu a abertura da instrução do processo, tendo o juiz decidido levar a cirurgiã a julgamento sob acusação do crime de homicídio por negligência.
De acordo com o despacho de pronúncia, a que a agência Lusa teve acesso, o juiz Pedro Frias concluiu que a morte de Vera Alves ocorreu por "negligência" da arguida durante a cirurgia, ao, alegadamente, não proceder com o cuidado a que, "segundo as circunstâncias, estava obrigada e era capaz".
Segundo a pronúncia, o procedimento da médica terá provocado uma "hemorragia intra-abdominal e laceração do fígado", que estiveram na origem da morte de Vera Alves.
Para o tribunal, a arguida sabia que devia efetuar as manobras cirúrgicas de forma a não atingir qualquer veia, artéria ou órgão, "mas por descuido ou inabilidade, não o fez, acabando por lacerar o fígado e provocar as feridas (...), conduta que devia e podia evitar".
A primeira sessão do julgamento está marcada para as 09:30, no 1.º Juízo Criminal do Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Portimão.
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