Venezuela: Três detidos por suspensão do serviço da principal operadora de tv por cabo

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Porto Canal com Lusa

Caracas, 05 jun 2020 (Lusa) -- As autoridades venezuelanas detiveram na sexta-feira três pessoas da administração da Directv, a principal operadora de televisão por cabo do país que, a 19 de maio, suspendeu abruptamente os serviços, afetando dez milhões de pessoas.

Antes de entregar-se às autoridades, o administrador da empresa Carlos Villamizar disse ao canal de televisão TV Venezuela Notícias que são inocentes, que a suspensão foi uma decisão da AT&T, a proprietária da Directv.

"Tinha apenas cinco anos na empresa (...) A 19 de maio notificaram-nos que estávamos demitidos e que cessariam as operações na Venezuela. Foi uma grande surpresa", disse, insistindo que era apenas um funcionário.

Por outro lado, em declarações aos jornalistas, o advogado Jesus Loreto explicou que os três, Carlos Villamizar, Héctor Rivero e Rodolfo Carrano,  "entregaram-se voluntariamente" ao SEBIN (serviços de informação).

"São vítimas da situação e o regime sabe disso. Entregámos informação detalhada de tudo o que aconteceu no dia do cessar das operações", frisou precisando que estão detidos em El Helicoide, uma polémica cadeia de Caracas.

A 19 de maio, mais de 2,5 milhões de famílias venezuelanas ficaram sem o serviço de televisão por satélite da Directv, devido a uma decisão da norte-americana AT&T de suspender esse tipo de serviço na Venezuela.

A decisão, segundo a AT&T, está relacionada com a imposição de sanções pelos Estados Unidos contra o Governo venezuelano e o cumprimento da licença local de operação, que exige que sejam transmitidos os canais Globovisión e Pdvsa, sancionados por Washington.

A suspensão, que afeta pelo menos dez milhões de pessoas, apanhou os venezuelanos de surpresa e os portugueses que residem no país ficaram privados da emissão internacional do canal público português RTPi.

A 22 de maio, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ordenou a ocupação imediata de todos os bens móveis e imóveis, do centro de operações e de transmissão da empresa Directv e a restituição do serviço de televisão por assinatura.

Por outro lado, proibiu a administração da Directv de sair do país.

As medidas do STJ estendem-se "a todas as operadoras de televisão por assinatura que suspendam prematuramente a prestação dos seus serviços".

O serviço da Directv continua suspenso na Venezuela.

A empresa, com sede em Dallas, no Texas, disse que a saída da sua plataforma televisiva na Venezuela, a Directv, era para cumprir as exigências das sanções económicas impostas pela Casa Branca contra o regime de Maduro, a quem os EUA não reconhecem legitimidade política.

A AT&T, proprietária da Directv, é a maior empresa do mercado de televisão paga na Venezuela e foi uma das últimas grandes empresas norte-americanas a permanecer em operação no país da América Latina.

Nos últimos anos foi pressionada por Washington, que a acusou de cumprir diretivas do Governo de Nicolás Maduro, nomeadamente, cedendo na exigência de retirar cerca de dez canais, incluindo o da estação noticiosa CNN, na versão em espanhol.

A 30 de maio, o Presidente Nicolás Maduro, congratulou-se com a suspensão dos serviços da Directv e prometeu aos venezuelanos melhores e mais sofisticados sistemas televisivos no país.

"Quiseram prejudicar-nos, ao tirar a Directv por ordem do Governo dos EUA e fizeram-nos um bem, porque agora as operadoras de cabo venezuelanas vão desenvolver-se e expandir-se", disse, numa intervenção transmitida em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões do país.

FPG (RJP) // JMC

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