Covid-19: Ibersol diz que é expectável perda no volume de negócios de 30% este ano

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 05 jun 2020 (Lusa) - O grupo Ibersol, que no final de março encerrou 75% dos seus restaurantes, considerou hoje ser "expectável" que a crise da pandemia de covid-19 provoque "perdas no volume de negócios de cerca de 30%" este ano.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Ibersol, detentora de marcas como a Pizza Hut, a Burger King, entre outras, adianta que, "apesar de prematuro, nesta fase, antever o comportamento dos consumidores ao levantamento das restrições à movimentação das pessoas, é expectável que esta crise pandémica venha a provocar perdas no volume de negócios de cerca de 30% no ano de 2020".

O grupo "procedeu no final de março ao encerramento de cerca de 75% dos seus restaurantes, restringindo a operação durante o estado de emergência a 127 restaurantes, localizados em Portugal e Angola, limitados aos serviços de 'delivery' e 'take away'", recorda.

Em abril e maio, "procedemos à reabertura gradual de restaurantes, parte dos quais em Espanha, para prestarem serviços de 'delivery', 'take away' e 'drive thru', culminando com o início da reabertura dos restaurantes localizados em centros comerciais que perspetivamos concluir até final do mês de junho com a reabertura integral dos nossos restaurantes", prossegue o grupo.

A exceção, sublinha, vai para os restaurantes localizados em concessões, nomeadamente aeroportos, "para os quais estão em curso avaliações das reaberturas com as concessionárias de forma a ter a oferta compatível com o tráfego de passageiros à medida que forem sendo levantadas as restrições dos espaços aéreos".

Ora, "segundo expectativas da IATA [Associação Internacional de Transporte Aéreo], a retoma dos tráfegos aéreos de 2019 apenas ocorrerá no prazo de dois anos", sublinha.

No entanto, o grupo Ibersol destaca o "bom desempenho nos restaurantes com serviço de 'drive', que superaram o encerramento das salas e os crescimentos no segmento de 'delivery', que poderão contribuir para minimizar os impactos e limitações de outros segmentos mais penalizados".

A Ibersol refere que ajustará os custos "à evolução da procura, por forma a rentabilizar" a operação, "até que lentamente se inicie o processo de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] para os níveis recentes".

No que respeita à estrutura financeira, refere que, "além dos novos financiamentos contratados ainda no primeiro trimestre, foram já contratados 40 milhões de euros adicionais e alargada a maturidade de 23 milhões de euros que se venciam" este ano e "estão em curso negociações para reprogramação da dívida em Espanha que se vence em 2020, bem como a contratação de linhas adicionais".

Este ano, o grupo já abriu cinco novos restaurantes e "o restante programa de expansão será ajustado à evolução da conjuntura", avança.

Os prejuízos da Ibersol agravaram-se para nove milhões de euros no primeiro trimestre, face ao resultado líquido negativo de dois milhões de euros no período homólogo de 2019.

ALU // CSJ

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