Covid-19: BCE prevê recessão profunda e inflação fraca
Porto Canal com Lusa
Frankfurt, 04 jun 2020 (Lusa) - O Banco Central Europeu (BCE) espera uma recessão profunda na zona euro em 2020 provocada pela crise sanitária, seguida de uma recuperação progressiva, mas a inflação ficará longe do seu objetivo pelo menos até 2022.
A zona euro regista "uma queda brutal da atividade económica devido à pandemia de coronavírus e às medidas para a conter", resumiu a presidente da instituição, Christine Lagarde, numa conferência de imprensa.
O banco central espera um recuo de 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro em 2020, antes de uma recuperação de 5,2% em 2021 e de 3,3% em 2022, mas estas previsões estão ainda sujeitas a uma "grande incerteza", segundo Lagarde.
Para a presidente do BCE, tanto a contração como a recuperação "dependem da duração e da eficácia" das medidas de confinamento, das medidas de relançamento e do apoio ao emprego, bem como do "impacto duradouro" da pandemia de covid-19 na procura.
Estas projeções macroeconómicas são as do cenário base do BCE, mas os economistas da instituição prepararam duas trajetórias "alternativas". As três séries de números devem ser publicados em comunicado ainda hoje.
No entanto, o "balanço dos riscos" é negativo, indicou Lagarde, acrescentando que é mais provável que mude para um cenário mais sombrio do que surpreender positivamente.
O BCE também reviu em baixa acentuada as suas previsões de inflação na zona euro em 2020, 2021 e 2022.
Em 2020, a inflação esperada é de 0,3%, em 2021 é de 0,8% e de 1,3% em 2022, quando em março tinham sido divulgadas previsões de 1,1%, de 1,4% e de 1,6%, respetivamente.
Estes números ficam bastante afastados do objetivo do BCE de alcançar uma inflação "próxima, mas ligeiramente abaixo de 2%".
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