EUA/Floyd: PM irlandês aponta falta de liderança moral nos EUA
Porto Canal com Lusa
Londres, 04 jun 2020 (Lusa) - O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, sublinhou hoje a "falta de liderança moral" nos Estados Unidos perante a morte de George Floyd, o afro-americano asfixiado por um polícia branco em 25 de maio, no estado do Minnesota.
A morte de George Floyd, na cidade de Minneapolis, "causou uma onda de emoção palpável, expressões espontâneas de solidariedade contra o veneno do racismo", disse Varadkar à Câmara Baixa do Parlamento irlandês.
"Também vimos uma repulsa real" diante das reações, por vezes musculadas, "em relação a manifestantes pacíficos e jornalistas", sublinhou Varadkar, em alusão aos confrontos entre manifestantes e polícias que eclodiram em várias cidades norte-americanas.
"E assistimos a uma falta de liderança moral ou palavras de compreensão, conforto ou reconciliação", afirmou ainda o primeiro-ministro irlandês.
Varadkar comparou o racismo a "um vírus transmitido desde tenra idade, alimentado por preconceitos sustentados pelos sistemas".
Desde a divulgação das imagens da prisão de Floyd nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.
Pelo menos dez mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos e as autoridades impuseram recolher obrigatório em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, enquanto o Presidente norte-americano, Donald Trump, já ameaçou mobilizar os militares para pôr fim aos distúrbios nas ruas.
Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.
Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.
As manifestações contra o racismo estão a ocorrer também em vários países no mundo.
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