EUA/Floyd: Família satisfeita com novas acusações contra os quatro polícias envolvidos

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Porto Canal com Lusa

Minneapolis, Estados Unidos, 04 jun 2020 (Lusa) -- A família do afro-americano George Floyd declarou-se hoje satisfeita porque foram acusados pelo Ministério Público dos Estados Unidos todos os polícias envolvidos na sua morte.

O Ministério Público norte-americano agravou na quarta-feira para homicídio em segundo grau a acusação do agente da polícia que provocou a morte a George Floyd e, pela primeira vez, acusou formalmente os três outros agentes que o acompanhavam.

Segundo o procurador-geral de Minneapolis, onde o alegado homicídio aconteceu, um segundo ex-agente já foi detido (depois do primeiro acusado, Derek Chauvin) e espera-se entretanto a detenção dos restantes dois.

Numa declaração escrita, a família de George Floyd, afro-americano que morreu com o joelho de um polícia no pescoço e na presença de outros três agentes, disse estar "satisfeita por esta importante ação ter sido tomada antes que o corpo de George Floyd fosse enterrado".

"Este é um passo significativo no caminho da justiça" e "é uma fonte de paz para a família nesta altura dolorosa", pode ler-se na declaração.

Numa mensagem muito curta e contida de emoções em frente às câmaras de televisão, o filho de George Floyd, Quincy Floyd também reiterou que está "satisfeito porque todos os agentes [serão] detidos".

"O meu pai não devia ter morrido assim. Merecemos justiça. É tudo o que tenho a dizer", disse Quincy Floyd, de 27 anos, numa conferência de imprensa em Minneapolis.

"Queremos justiça, esse é realmente a afirmação com que as pessoas estão a marchar em toda a América", disse o advogado da família, Ben Crump, acrescentando que ainda "não se pode celebrar, porque detenção não é condenação".

O advogado relembrou que a família pretende a condenação de homicídio para os quatro agentes de polícia que foram despedidos um dia depois da morte.

"Aquilo de que George Floyd seria acusado se os papéis estivessem revertidos, é aquilo que a família tem pedido", considerou o advogado.

"Estamos orgulhosos de que o apelo para a justiça desta família foi ouvido por tantos, não só em Minnesota, mas em Nova Iorque, Texas, Europa e na Austrália", declarou o advogado, acrescentando que os protestos estão a demonstrar que "existem dois sistemas de Justiça na América, um para os negros e outro para os brancos".

Abraçando o filho da vítima, o advogado acrescentou: "Sei que isto é muito difícil. Estamos a falar do pai do Quincy. Para vocês, é só um 'hashtag', mas para ele, é a pessoa que lhe deu vida".

A família vai prestar tributo a George Floyd, num serviço de memorial na quinta-feira na North Central University em Minneapolis, às 13:00 horas locais (19:00 em Lisboa).

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu a 25 de maio, em Minneapolis, depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

Pelo menos nove mil pessoas foram detidas e o recolher obrigatório foi imposto em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque.

Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.

Os restantes agentes, Thomas Lane, J. Kueng e Tou Thao, foram acusados na quarta-feira de auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.

 

EYL // JMC

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