Anúncio do reinício das obras no Túnel do Marão desejado após o resgate da obra

| Economia
Porto Canal / Agências

Vila Real, 18 jun (Lusa) -- Empresários, autarcas e sindicato da Construção esperam pelo anúncio do reinício da construção do Túnel do Marão depois do resgate da obra pelo Estado, mas temem que o processo possa demorar "demasiado" tempo.

Segundo o Diário da República (DR), o Estado rescindiu o contrato de concessão do Túnel do Marão, invocando justa causa fundada no incumprimento pela Concessionária Autoestradas do Marão que parou a obra em junho de 2011.

A concessão é agora entregue à Estradas de Portugal (EP), mas ainda há uma série de procedimentos a cumprir até que a obra recomece.

O presidente da Nervir - Associação Empresarial de Vila Real, Luís Tão, afirmou à agência Lusa quer o anúncio do resgate "é mais um passo na direção certa, mais um degrau que está ultrapassado".

No entanto, e porque em Portugal os "processos são sempre muito lentos", o responsável teme que "ainda possa demorar mais um ou dois anos".

"A posse administrativa demorou dois anos, agora o próximo passo deverá ser avaliar as condições da obra, estudar orçamentos, ver a melhor proposta, pelo podemos ter mais dois anos pela frente", sublinhou.

Para Luís Tão, os custos decorrentes da suspensão da obra "são imensuráveis".

"O Governo argumentou o final da ligação aérea com a autoestrada. Perder uma ligação aérea com esse argumento já é um custo imensurável, fora o atraso da região de 20 ou 30 anos que pensávamos que podia ser encurtado com as vias de comunicação", frisou.

Na Campeã, freguesia do concelho de Vila Real onde está a ser construída uma das bocas do túnel, a notícia do resgate foi recebida com agrado.

O presidente da junta, Lino Carvalho, disse, no entanto, que "aguarda novos desenvolvimentos".

"Pelo menos agora sabemos a quem nos dirigir, temos um interlocutor na EP. Ainda esta semana esperamos obter - pelo menos foi-nos prometido por parte da EP - informações sobre os procedimentos que iriam ser tomados em relação a uma nova concessão da obra", salientou.

Aos custos físicos decorrentes desta paragem, porque se os prazos tivessem sido cumpridos a autoestrada já estaria concluída e a beneficiar a região, Lino Carvalho acrescentou o prejuízo para o comércio local e as pessoas da freguesia que trabalhavam na obra.

O presidente do Sindicato da Construção de Portugal, Albano Ribeiro, salientou que, se os trabalhos no Marão arrancassem já, poderia significar "1.400 empregos diretos".

Isto numa altura em que, segundo salientou, o setor da construção perde "todos os dias centenas de postos de trabalho".

Para o sindicalista, a rescisão com a concessionária "é melhor do que nada". No entanto, Albano Ribeiro sublinhou que o importante "era anunciar já a data da reabertura dos túneis".

"Não vai arrancar já. Ainda tem uma série de trâmites a decorrer", acrescentou.

Albano Ribeiro teceu duras críticas ao ministro da Economia, a quem acusou de "estar a fazer uma gestão mal feita" do processo e considerou que "é uma vergonha" que se esteja a pagar "milhares de euros todos os meses por uma obra parada, que vai ter um custo final superior em mais de 60% do inicialmente previsto".

PLI // JGJ

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