Procura por dívida pública cresce 28% em Portugal em 2013

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 04 abr (Lusa) - O valor das ordens de compra de dívida pública no mercado a contado feitas por intermediários financeiros a operar em Portugal subiu 27,9% para 59,7 mil milhões de euros no ano passado, revelou hoje a CMVM.

"Em 2013, registou-se uma tendência de subida no segmento de dívida pública", assinalou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) no seu relatório trimestral de intermediação financeira, relativo ao quarto trimestre do ano transacto.

Em sentido contrário, as ordens executadas sobre dívida privada caíram 21% para 58,1 mil milhões de euros durante o último ano e o valor transacionado sobre ações desceu 1,3% para mais de 30 mil milhões de euros.

"O volume de ordens executadas no mercado a contado pelos intermediários financeiros a operar em Portugal totalizou 183.210,7 milhões de euros em 2013, mais 7,5% do que em 2012", realçou a entidade liderada por Carlos Tavares.

No quarto trimestre de 2013, o valor das ordens executadas atingiu 63.962,3 milhões, uma subida de 82,7% face ao trimestre anterior.

"As transações realizadas fora de mercado representaram 79,9% do total de ordens e registaram uma subida de 20,7% em relação a 2012 para 146.426,1 milhões de euros. A internalização de ordens caiu 41,6% no período em análise, para 15.067,8 milhões de euros", informou o supervisor, acrescentando que "nos mercados nacionais e internacionais as ordens executadas desceram, respetivamente, 1,2% e 21,9%".

O BPI foi o intermediário financeiro com a quota de mercado mais elevada em 2013 (26,4%) no segmento de ações, seguido do BES Investimento (19,1%) e do BCP (15,8%). O BPI liderou também nas ordens sobre dívida pública, com uma quota de mercado de 65,3%, seguido do Banco Santander Totta (11,9%) e do BES Investimento (8,1%).

No mercado a prazo, o valor transacionado em 2013 totalizou 16.943,4 milhões de euros, mais 47% que no ano anterior. Os CFD (instrumentos financeiros derivados) representaram 84,8% do total de ordens executadas neste mercado, tendo o valor negociado atingido 14.372,3 milhões de euros. Os contratos de futuros pesaram 5,8% do total em 2013.

As taxas de câmbio foram o ativo subjacente mais procurado no período considerado (49,6% do total), com o valor das ordens a totalizar 8.408,0 milhões de euros, seguido dos contratos de derivados que pesaram 19,6% nas decisões de investimento.

O valor das ordens recebidas no mercado a contado pelos intermediários financeiros registados na CMVM totalizou 203.682,0 milhões de euros em 2013, mais 11,8% do que no ano anterior. No quarto trimestre, o valor das ordens recebido foi de 70.050,7 milhões, mais 73,4% do que no trimestre anterior.

Os investidores residentes foram responsáveis por 63,2% do valor das ordens recebidas, num total de 128.649,7 milhões de euros, mais 9,5% do que em 2012. As ordens de não residentes subiram 15,9% para 75.032,3 milhões.

Quanto ao investimento por país, Portugal recebeu 45,7% do valor das ordens (19.494,0 milhões de euros) em 2013, seguido dos EUA (16,2%) e da Alemanha (11,5%).

Os canais tradicionais (telefone, fax, presencial) continuam a ser os mais utilizados para a transmissão de ordens (93,6% do total), com uma subida anual de 11,5%. A utilização da internet para transmissão de ordens aumentou 42,4%.

No mercado a prazo, o volume das ordens recebidas por intermediários financeiros situou-se nos 145.647,3 milhões de euros em 2013, mais 2,0% do que em 2012. No quarto trimestre, o volume recebido foi de 31.973,2 milhões de euros, menos 1,7%.

Os futuros (57,1% do total) e os CFD (35,9%) foram os instrumentos financeiros mais utilizados pelos investidores no período considerado, enquanto ao nível dos ativos subjacentes, as preferências recaíram sobre as taxas de juro de curto prazo (36,3%) e as taxas de câmbio (32,7%).

DN // MSF

Lusa/Fim

+ notícias: Economia

Netflix aumenta faturação, lucros e número de assinantes no primeiro trimestre

A Netflix anunciou esta quinta-feira um aumento de assinantes em 9,3 milhões no primeiro trimestre de 2024, quando os analistas esperavam uma redução, elevando o total para cerca de 270 milhões.

Bruxelas elogia cortes "permanentes de despesa" anunciados pelo Governo

A Comissão Europeia saudou hoje o facto de as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro se basearem em "reduções permanentes de despesa" e destacou a importância de existir um "forte compromisso" do Governo na concretização do programa de ajustamento.

Bruxelas promete trabalhar "intensamente" para conluir 7.ª avaliação

Bruxelas, 06 mai (Lusa) -- A Comissão Europeia está empenhada em trabalhar "intensamente" para terminar a sétima avaliação à aplicação do programa de resgate português antes das reuniões do Eurogrupo e do Ecofin da próxima semana, mas não se compromete com uma data.