Lucros da indústria chinesa caem 27,4% nos quatro primeiros meses do ano

| Economia
Porto Canal com Lusa

Pequim, 27 abr 2020 (Lusa) - Os lucros das principais empresas industriais da China caíram 27,4%, nos quatro primeiros meses do ano, em termos homólogos, devido ao impacto da pandemia da covid-19, informaram hoje as autoridades.

De acordo com o Gabinete de Estatísticas da China, os ganhos no período entre janeiro e abril ascenderam a cerca de 161 mil milhões de euros.

Em abril, a redução foi de 4,3%, em relação ao mesmo mês do ano ano anterior, enquanto em março a queda homóloga foi de 34,9% e, no conjunto dos meses de janeiro e fevereiro, de 38,3%.

A queda nos lucros da indústria na China agravou-se, depois de ter recuado 6,3%, em dezembro passado, antes do início do surto do novo coronavírus. Em 2019, comparativamente ao ano anterior, os lucros da indústria chinesa desceram 3,3%, na sequência de uma prolongada guerra comercial com os Estados Unidos.

Para este indicador, as estatísticas chinesas consideraram apenas empresas industriais com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuan (2,5 milhões de euros).

Entre os 41 setores analisados pelas estatísticas, 36 sofreram uma redução nos lucros, entre os meses de janeiro e abril, enquanto os cinco restantes aumentaram os ganhos.

Os lucros das empresas estatais caíram 46%, durante o mesmo período, enquanto nas empresas privadas recuaram 17,2%.

Entre os principais afetados estão as indústrias do petróleo, carvão e outros combustíveis (-213,3%), reparação de maquinaria e equipamentos (-66,7%), produção automóvel (-52,1%) e têxtil (-19,8%).

No extremo oposto, as empresas dedicadas ao tabaco (+22,6%), à indústria de alimentos agrícolas e processados (+20%) ou de equipamentos eletrónicos (+15%) aumentaram os lucros.

O estatístico Zhu Hong disse que a China está a fazer esforços para "acelerar a produção e as vendas" e disse que "mais e mais empresas estão a melhorar a sua situação".

O especialista observou que as empresas chinesas em alguns setores determinantes, como o automóvel ou o eletrónico, estão a fazer progressos "significativos".

"A produção continua a ser retomada e os efeitos das políticas de apoio já se fazem sentir", afirmou.

No entanto, "a procura no mercado não recuperou completamente, o preço dos produtos industriais continua a cair, e a pressão sobre os custos continua alta", de modo que "o Governo deve continuar a implementar políticas que ajudem as empresas e promovam a recuperação industrial", acrescentou.

As medidas de prevenção adotadas pelas autoridades chinesas a partir do final de janeiro incluíram restrições à movimentação de centenas de milhões de pessoas ou o encerramento forçado de estabelecimentos.

A economia chinesa, a segunda maior do mundo, contraiu 6,8%, em termos homólogos, no primeiro trimestre do ano, após ter praticamente paralisado durante quase dois meses.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 346 mil mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

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