Apenas um em cada cinco alunos de português identifica a Guiné Equatorial como lusófono

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 05 mai 2020 (Lusa) -- Apenas um em cada cinco alunos de português no estrangeiro identifica a Guiné Equatorial como país de língua oficial portuguesa, segundo um inquérito que revela um interesse crescente pelo ensino do idioma como segunda língua.

O inquérito integra o estudo "A língua portuguesa como ativo global", coordenado pelo investigador do ISCTE Luís Reto para o Camões -- Instituto da Cooperação e da Língua, e foi divulgado a propósito do primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se assinala hoje, por decisão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O estudo, que vai estar disponível para 'download' gratuito hoje, recupera os resultados de um inquérito realizado em 2008, já publicados anteriormente, combinando-os com novos dados de inquéritos realizados em 2016/17 e 2018.

No total, os três inquéritos envolveram mais de 2.600 estudantes de português da rede do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua em quase 50 países e de 56 nacionalidades.

Além de conhecer o uso que os alunos fazem do português e os motivos que os levaram a optar por aprender a disciplina, o inquérito visava medir a valorização da língua portuguesa por parte dos estudantes estrangeiros, bem como aferir os conhecimentos sobre diversos aspetos com ela relacionados.

Nesse sentido, foi perguntado em quantos países o português é língua oficial, com 31,4% dos estudantes a responder oito países, em vez dos nove que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Quanto à identificação desses países, Brasil (80,4%) e Portugal (78,2%) são os que mais estudantes conseguiram identificar, enquanto Moçambique (68,5%), Cabo Verde (67,5%), São Tomé e Príncipe (57,8%), Guiné-Bissau (55,5%) e Timor-Leste (55,3%) foram identificados por mais de metade dos estudantes.

Menos de metade dos alunos (39,2%) conseguiu identificar Angola e menos de um quinto (18%) indicou a Guiné Equatorial como sendo o nono país de língua oficial portuguesa.

Globalmente, os inquéritos revelaram uma valorização positiva da língua portuguesa por parte dos estudantes, com a grande maioria a reconhecer a sua importância no mercado de trabalho e dos negócios, bem como no contexto do turismo e lazer.

Em 2016/2017, a maioria dos inquiridos antevia um crescimento do número de falantes de português (67,4%), da sua importância no mercado de trabalho e nos negócios (57,1%), uma expansão tanto da oferta como da procura do ensino (55,3% e 52,3%, respetivamente) e da sua importância para o turismo (63,1%).

Para pouco mais de metade dos inquiridos, o único aspeto em que o português se iria manter inalterável era no campo cultural, pensando 51,1% que a importância da língua portuguesa na cultura se iria manter idêntica.

Nos três inquéritos, é feita uma valorização "muito positiva" da língua portuguesa, nomeadamente no mercado de trabalho e nos negócios, com um peso particular para os estudantes lusófonos, porém, é patente alguma falta de conhecimento sobre a demografia e a geografia dos países de língua oficial portuguesa, bem como de conhecimentos relacionados com instituições ou organizações internacionais onde a língua portuguesa seja dominante, como a CPLP.

Os resultados dos inquéritos revelam ainda que procura pelo estudo e aprendizagem da língua portuguesa está a aumentar, é bastante diversificada e acontece um pouco por todas as regiões do globo onde há presença do instituto Camões.

 

CFF // VM

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