Parlamento ucraniano aprova desarmamento das milícias de Kiev
Porto Canal / Agências
Kiev, 01 abr (Lusa) -- O Parlamento ucraniano aprovou na terça-feira a realização de manobras militares no quadro da NATO e o desarmamento dos grupos paramilitares que participaram na contestação pró-europeia e que controlam ainda o centro de Kiev.
O texto que foi aprovado por 256 deputados, registou 47 abstenções, e refere-se ao desarmamento de grupos radicais, uma medida reclamada pela Rússia e apoiada pelos países ocidentais.
Por outro lado, os membros do Parlamento aprovaram por unanimidade a realização de manobras militares conjuntas com países da NATO e da União Europeia e que devem desenvolver-se entre os meses de maio e outubro em solo ucraniano.
No entanto, a medida mais imediata refere-se ao desarmamento urgente das milícias armadas que mantêm posições em Maidan (Praça da Independência) desde o início dos tumultos em novembro de 2013.
"O povo ucraniano exige ordem. Todos os portadores de armamento, além da polícia, dos serviços de segurança e da Guarda Nacional, são sabotadores que operam contra a Ucrânia", declarou o presidente interino Olexandre Tourtchinov depois da votação.
Os grupo paramilitares como o Pravy Sektor (Setor Direito) estiveram na primeira linha desde 2013 contra o ex-presidente Viktor Ianukovich, ergueram barricadas na Praça Maidan, em Kiev e enfrentaram as forças antimotim.
Os grupos pró-russos com as mesmas características também estiveram presentes nas manifestações separatistas na zona leste do país.
Apesar da destituição do presidente e do poder de transição atualmente em vigor, os membros dos grupos armados continuam a manter o dispositivo de segurança na Praça Maidan que ainda mantém as barricadas.
Na segunda-feira, um dos homens que pertence ao grupo Pravy Sektor abriu fogo frente a um restaurante no centro da capital ferindo dois membros da mesma milícia e o vice-presidente da câmara que se encontrava no local.
Após a chegada da polícia vários membros do grupo refugiou-se no interior de um hotel que tem servido de base aos homens armados e recusaram-se a dialogar com as autoridades que cercaram o edifício.
Finalmente, de madrugada foram retirados do local tendo sido desarmados.
O grupo Pravy Sektor, cujo líder Dmytro Iaroch é candidato à presidência esteve já no centro de uma polémica após a morte, no dia 25 de março, de Olexandre Mozichko (Sachko o Branco, como era conhecido), chefe de um movimento ucraniano ocidental e que foi vítima de um tiroteio com a polícia que o pretendia prender por envolvimento em criminalidade organizada no país.
PSP // PJA
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