Mulher acusada de matar marido a tiro no Porto diz que disparo foi acidental

| Norte
Porto Canal / Agências

Porto, 17 jun (Lusa) - A mulher acusada de matar marido a tiro em 22 junho de 2012, num apartamento no Porto, disse hoje em tribunal que nunca tinha visto a arma antes dos factos e que esta se disparou acidentalmente.

A arguida, Maria Ribeiro, de 48 anos, começou hoje a ser julgada na 2.ª Vara Criminal do Porto sob a acusação de um crime de homicídio qualificado -- vitimando o marido, Elísio Ribeiro - e de outro por detenção de arma proibida.

Após o crime, diz o Ministério Público (MP), a mulher retirou-se do apartamento, não disse nada a ninguém sobre o que tinha acontecido e foi-se embora para Viana do Castelo, onde nasceu e tem residência.

A acusação especifica que no dia dos acontecimentos, um sábado, o casal viajou de Viana do Castelo para o Porto, dirigiu-se a esse apartamento e manteve relações sexuais.

Após isso, a arguida foi à cozinha, pegou numa pistola que ali se encontrava, voltou para o quarto e disparou um tiro contra o homem atingindo-o na cabeça, afirma o MP.

A acusação afirma ainda que Maria Ribeiro colocou uma almofada sobre a cabeça da vítima, para não se ouvir o tiro.

"Pretendia ficar com os bens comuns" e prosseguir a sua alegada relação extraconjugal com outro homem, refere a acusação que o juiz leu.

A arguida abandonou depois do apartamento, levando as chaves e a arma, que mais tarde atirou para um ecoponto, e no dia seguinte ou na segunda-feira - isto não ficou claro - foi à GNR participar o "desaparecimento" do marido.

Confrontada com a acusação, Maria Ribeiro negou que tivesse ido à cozinha na altura referida e disse que o marido quis ter outra vez relações sexuais e que ela se opôs, devido a problemas que ele conhecia.

A arguida contou que o marido insistiu e que ela por fim anuiu, tendo sido essa altura, segundo contou, que viu a pistola sob uma almofada.

"Eu nunca tinha visto uma arma", afirmou Maria Ribeiro. Mas pegou nela, segundo disse, e ele tentou tirar-lha.

"Aquilo disparou" e uma das três balas que a arma tinha atravessou a almofada que estava entre Maria e Elísio Ribeiro, atingindo-o na cabeça e matando-o.

A mulher alegou que foi um acidente e que não tinha intenção de matar o seu marido.

"Eu apenas fugi. Não toquei em nada", contou hoje.

Minutos depois, acrescentou: "Não olhei para ele. Tive medo, fiquei em pânico e fugi".

Negou que fosse sua intenção ficar com os bens comuns, porque "não havia nada".

Maria Ribeiro deixou o marido baleado sob a cama e regressou a Viana do Castelo, "Queria estar à beira de alguém que me protegesse".

Quando prestou declarações no Tribunal de Instrução Criminal, após ser detido pela Polícia Judiciária, Maria Ribeiro disse que viu o marido pôr na cama a almofada sob a qual estava a pistola, mas hoje afirmou que não o viu fazer isso.

A arguida enviou depois uma carta ao homem com o qual, de acordo com a acusação, tinha uma relação estreita, onde a certa altura referiu: "Eu sei que fiz mal, mas eu só me defendi, se não era eu".

O tribunal lembrou-lhe o que escreveu, mas Maria Ribeiro respondeu estava a referir-se ao facto de não ter contado o que se tinha passado naquele sábado de junho do ano passado, tendo dito, ainda, que temia a reação da família do marido face ao sucedido.

O julgamento prossegue no dia 28 deste mês e a 01 de julho, a partir das 09:30.

AYM // JGJ

Lusa/fim

+ notícias: Norte

Incêndio em habitação provoca dois feridos em Gondomar

Um incêndio numa habitação causou dois feridos, na tarde desta quinta-feira, em Baguim do Monte, na freguesia de Rio Tinto, em Gondomar, confirmou ao Porto Canal o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana do Porto.

Atualização do estado das vítimas do incêndio em Rio Tinto

Um incêndio numa habitação causou dois feridos, um deles em estado grave, na tarde desta quinta-feira, em Baguim do Monte, na freguesia de Rio Tinto, em Gondomar, confirmou ao Porto Canal o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana do Porto.

Vítima encarcerada após despiste na A28

O despiste de um veículo ligeiro, na A28, na saída de Outeiro, em Viana do Castelo, deixou na tarde desta quinta-feira, uma mulher de 45 anos encarcerada.