Défice português de 2013 é "notícia bem-vinda" - Comissão Europeia

| Economia
Porto Canal / Agências

Bruxelas, 31 mar (Lusa) -- A Comissão Europeia considera que o valor do défice orçamental de Portugal em 2013, de 4,9%, hoje divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) é uma "notícia bem-vinda", que a 'troika' já antecipara no final de fevereiro.

Numa declaração à Agência Lusa, Simon O'Connor, porta-voz dos Assuntos Económicos, comentou que se trata de "uma notícia bem-vinda, e em linha com a estimativa" da 'troika' avançada a 28 de fevereiro, após a 11.ª missão regular de avaliação do programa de assistência financeira a Portugal, que apontava para um défice de 4,5% do Produto Interno Bruto, excluindo o impacto da recapitalização do Banif, que representou 0,4% do PIB.

Na altura, na declaração da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário internacional (FMI) divulgada por ocasião da conclusão da 11.ª missão a Portugal, estas instituições que formam a 'troika' consideravam que "os objetivos orçamentais permanecem inalterados", mantendo-se os 4% de défice para 2014, "com as perspetivas económicas melhoradas a sugerirem riscos mais equilibrados em torno da meta".

A 'troika' estimava já que o défice em 2013 se quedasse pelos 4,5% do PIB -- sem contar com a recapitalização do Banif -, "muito abaixo de projeções anteriores", sobretudo devido a um melhor desempenho do lado das receitas fiscais e um controlo mais prudente do lado da despesa.

O porta-voz do comissário dos Assuntos Económicos lembrou ainda que o gabinete oficial de estatísticas da UE, o Eurostat, irá publicar os dados validados sobre as finanças públicas de 2013 a 23 de abril próximo.

O INE anunciou hoje que o défice orçamental se fixou nos 4,9% do PIB em 2013, abaixo do valor inscrito no Orçamento do Estado para 2014, que apontava para um défice de 5,9%.

O défice ficou também abaixo da meta com que Portugal se comprometeu com a 'troika', de 5,5% para o conjunto de 2013.

O défice orçamental passou dos 6,4% em 2012 para os 4,9% do PIB em 2013, uma melhoria determinada, "em grande medida", pelo aumento da receita de impostos e contribuições sociais, destacando-se "o contributo da receita extraordinária associada ao Regime Excecional de Regularização de Dívidas Fiscais e à Segurança Social, que atingiu 1.280 milhões de euros".

O INE esclareceu que, na passagem da contabilidade pública (ótica de caixa) para a contabilidade nacional (ótica de compromissos), um dos principais ajustamentos em 2013 é feito na rubrica "encargos assumidos e não pagos", que inclui sobretudo os pagamentos do Governo Regional da Madeira relativos a encargos dos anos anteriores.

Outro aspeto apontado pelo INE é a recapitalização do Banif (700 milhões de euros, o equivalente a 0,4% do PIB), que é incluído nas contas nacionais.

ACC (ND)//CSJ

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