Covid-19: Jesuitas querem transformação de paquetes em centros de refugiados

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Porto Canal com Lusa

Ilha de Lesbos, Grécia, 16 abr 2020 (Lusa) -- O missionário Maurice Joyeux, da organização Serviço Jesuíta aos Refugiados, pediu hoje à Europa para transformar paquetes de cruzeiros em centros de acolhimento para refugiados que estão em campos durante a pandemia da covid-19.

Os locais onde se concentram os migrantes, localizados em cinco ilhas gregas no Mar Egeu, são "furúnculos na pele da Europa", considerou o jesuíta daquela organização internacional da Igreja Católica, alertando que esses centros de acolhimentos constituem "uma bomba para a saúde" que ameaça explodir em solo europeu.

"É absolutamente necessário evacuar esses campos" neste período de pandemia mundial, pediu o padre Maurice Joyeux, que está confinado na sacristia da capela Nossa Senhora da Assunção, na ilha grega de Lesbos.

"Vamos unir forças, ser inventivos, ajudar os refugiados a ficarem confinados com dignidade", apelou, elogiando a transferência iminente de 2.000 migrantes dos campos para hotéis e apartamentos vazios.

Mas "por que não usar os grandes navios de cruzeiro", atualmente parados devido ao confinamento, em "centros de acolhimento que permitam o confinamento com dignidade" de milhares de migrantes concentrados em Lesbos e noutros pontos, questionou este representante da organização.

O missionário adiantou querer ser "a voz dos que não têm voz" em Lesbos, ajudando o quotidiano dos refugiados no superlotado campo de Moria, que descreveu como "uma favela nojenta e inaceitável" em solo europeu.

Ainda assim, o missionário congratulou-se com a oferta de ajuda da organização internacional basca Zaporeak, que permitirá distribuir 2.000 refeições quentes aos migrantes do campo de Moria.

Mas "tudo isto é uma façanha de bricolagem", referiu, sublinhando existirem condições de higiene dramáticas, com apenas uma casa de banho para 250 pessoas no campo onde vivem mais de 19.000 pessoas que pediram asilo e que tem capacidade para apenas 2.800 refugiados.

"Vamos acordar e cuidar do projeto social europeu", instou, pedindo que a Europa organize "uma operação sólida com grandes recursos civis e militares".

O missionário francês deplorou ainda que "na luta contra o coronavírus, a palavra refugiado não apareça".

"Temos medo de olhar a situação de frente, há um grave ângulo morto" na administração da pandemia, denunciou.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 133.000 mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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