Banco de Portugal obrigou bancos a reforçar imparidades em 1.000 ME por crédito a grandes clientes

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 28 mar (Lusa) - A análise do Banco de Portugal ao crédito concedido a 12 grupos económicos obrigou os principais bancos a atuar em Portugal a um reforço de mil milhões de euros nas provisões e imparidades do ano passado.

Segundo a informação hoje divulgada em comunicado pelo supervisor bancário, "este valor, já refletido nas contas das instituições, destina-se a assegurar uma adequada cobertura de riscos relativamente aos grupos económicos abrangidos" pela ação inspetiva e confirma "a solidez do sistema bancário nacional".

A instituição liderada por Carlos Costa levou a cabo, no ano passado, uma inspeção ao crédito concedido pelos oito maiores bancos (Caixa Geral de Depósitos, BCP, BES, BPI, Santander Totta, Banif, Montepio e Crédito Agrícola) a 12 grupos económicos e cuja recuperação do valor emprestado depende da capacidade dos negócios desses grupos gerarem fluxos de caixa ('cash flows') suficientes para assegurarem o serviço de dívida.

O Banco de Portugal diz que entendeu ser necessária fazer esta avaliação para "confirmar a prudência dos valores estimados para os níveis de imparidades constituídos".

A análise, feita com referência a setembro de 2013 e tendo em conta uma amostra de 8,4 mil milhões de euros associada a 227 entidades, obrigou os bancos a reforçarem as imparidades e provisões em 1.003 milhões de euros.

Neste valor está incluída a provisão de 700 milhões de euros que a Espírito Santo Financial Group, a 'holding' que detém o BES, foi obrigada a criar por imposição do Banco de Portugal para fazer face a riscos potenciais que possam surgir na área não financeira do Grupo Espírito Santo, ou seja, garantir de que os clientes BES que subscreveram papel comercial de empresas do grupo são reembolsados. Isto levou mesmo ao adiamento da assembleia-geral de aprovação das contas de 2013.

Desde 2011, o Banco de Portugal tem levado a cabo várias avaliações da carteira de crédito dos principais bancos a operar em Portugal, sendo que na sequência dessas ações de inspeção obrigou as instituições a reforçar, no total, 3.829 milhões de euros em imparidades e provisões.

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