"Visão" para reestruturar ensino superior deve vir das universidades - Veiga Simão

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Porto Canal / Agências

Évora, 27 mar (Lusa) -- O antigo ministro da Educação Nacional Veiga Simão disse hoje concordar com uma reestruturação do ensino superior, mas defendeu que devem ser as universidades a apresentar ao Governo uma "visão estratégica" nessa matéria.

Veiga Simão, distinguido hoje pela Universidade de Évora com o doutoramento Honoris Causa, foi questionado pelos jornalistas sobre a rede de ensino superior em Portugal, cuja reestruturação é defendida pelos reitores.

"Estou completamente em consonância com os reitores, mas qualquer plano de reestruturação do ensino superior deve ter em conta o modelo de desenvolvimento do país e uma visão estratégica para o seu futuro", defendeu.

Em relação a esta visão, o antigo governante disse que devem ser as universidades a ter um papel ativo.

"Espero que sejam as universidades a apresentar ao Governo essa visão", frisou aos jornalistas, à margem da cerimónia.

A atribuição da distinção a Veiga Simão aconteceu durante uma sessão que assinalou os 40 anos da tomada de posse da 1.ª Comissão Instaladora do Instituto Universitário de Évora, "embrião" do regresso da universidade à cidade alentejana.

A Universidade de Évora (UÉ) foi fundada em 1559, mas foi encerrada dois séculos depois, em consequência do decreto de expulsão dos jesuítas.

Só em 1973, por decreto do então ministro da Educação Nacional Veiga Simão (1970-1974), é que foi decidido o regresso do ensino universitário à cidade, com o Instituto Universitário de Évora.

As aulas recomeçaram a 10 de novembro de 1975 e, quatro anos depois surgiu a Universidade de Évora.

Além da Universidade de Évora, o decreto-lei de Veiga Simão resultou ainda nas universidades Nova de Lisboa, de Aveiro, do Minho, da Beira Interior e de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Questionado sobre a importância da distinção da academia alentejana, Veiga Simão afirmou recebê-la com "orgulho" por ter restaurado a UÉ, pela qual "o povo alentejano tanto ansiava".

O "padrinho" do novo doutor Honoris Causa pela UÉ, Guilherme d'Oliveira Martins, atual presidente do Tribunal de Contas, considerou tratar-se de "uma justíssima homenagem" a Veiga Simão.

Quanto ao reitor da Universidade de Évora, Carlos Braumann, elogiou o antigo ministro da Educação Nacional por ter desenvolvido "o sistema de ensino superior português, limitado, na altura, só a Lisboa, Porto e Coimbra".

"Celebramos a visão de um homem que alargou e democratizou o acesso ao ensino superior", disse, defendendo que as universidades do interior, como a UÉ, devem beneficiar de medidas discriminatórias positivas capazes de atrair alunos, já que desempenham um "papel essencial no desenvolvimento económico e social" das regiões.

O ministro das Educação e Ciência, Nuno Crato, foi representado na cerimónia pelo secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, que se escusou a falar aos jornalistas.

RRL// GC.

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