Covid-19: Câmara da Póvoa de Varzim "frontalmente contra" mercado de gado de Rates

Covid-19: Câmara da Póvoa de Varzim "frontalmente contra" mercado de gado de Rates
| Norte
Porto Canal com Lusa

A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim manifestou-se hoje "frontalmente contra" a realização do mercado de gado de Rates, suspenso desde o dia 14 devido à pandemia, mas que a promotora Leicar pretende retomar na segunda-feira.

"O mercado não se realiza desde o dia 14 de março, mas a Leicar [Associação de Produtores de Leite e Carne] pretende retomá-lo, já a partir de amanhã [segunda-feira], mesmo contra todas as recomendações e parecer da autoridade local de saúde pública", refere a câmara em comunicado.

Apesar de já ter alertado "todas as autoridades policiais" para a situação, a autarquia admite ter "dificuldades para efetivar a proibição total do evento" e apela, por isso, à população de S. Pedro de Rates para "tomar as devidas precauções no sentido de se proteger, para a eventualidade de o evento se vir a realizar".

Contactado pela agência Lusa, o presidente da direção da Leicar afirmou-se "surpreendido" com esta tomada de posição da autarquia, que diz assentar "completamente em falsos pressupostos", e garantiu ter autorização da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) para realização do mercado.

"O organismo que tutela a nossa atividade é a DGAV, de cuja subdiretora geral, Graça Mariano, tenho um 'email' a garantir que podemos fazer [o mercado] e que os certificados intracomunitários são emitidos. Ontem mesmo [sábado] estive várias vezes com ela ao telefone, no sentido de que tudo funcionasse com a máxima legalidade", sustentou Rui Sousa.

"Inclusivamente -- acrescentou -- temos um pedido da ministra da Agricultura, dada a importância do setor agroalimentar, para que façamos o mercado, como aliás estão a ser feitos em todo o país, nomeadamente em Montemor, em Évora e em Portalegre, que são os mercados mais fortes a nível nacional".

Recordando que, "nos últimos dias, os animais sofreram uma desvalorização na ordem dos 40% a 50% ao produtor e aumentaram em cerca de 30% ao consumidor, com falta nas prateleiras", Rui Sousa disse não entender esta posição da autarquia.

E avisa: "Se os circuitos atuais são quebrados, com a atual circunstância poderemos ter aqui graves problemas no abastecimento às famílias. Este mercado, a deixar de funcionar totalmente, terá um enorme impacto".

À Lusa, o presidente da Leicar disse agora "não saber o que fazer, nem a quem obedecer", lamentando que "toda a gente se aproveite do caos para mandar".

"Temos pena que a câmara não nos tivesse questionado sobre os moldes em que íamos fazer isto. Houve o pressuposto de que seria um evento público e com grandes aglomerados, o que é falso. Isto é uma entidade privada, que tem uma atividade económica que funciona dentro da legalidade e sempre enquadrada com quem rege a nossa atividade, que é a DGAV", garante.

Confrontado com o argumento camarário de que o evento "reúne mais de 300 pessoas e animais", Rui Sousa garante que, em condições normais, o mercado do gado de Rates "nunca tem mais do que 50 pessoas, entre compradores e vendedores", sendo os restantes elementos presentes apenas "curiosos".

Contudo, ressalva, nos moldes em que se pretende que agora decorra o mercado, a entrada destes "curiosos" estará "completamente vedada", devendo participar "apenas algumas dezenas de pessoas, eventualmente entre uma a duas dezenas ao longo do dia", e "em instalações amplas e devidamente adequadas".

Para a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, está contudo em causa "o bem da população e da saúde pública", não se coadunando a realização do mercado de gado com a fase de mitigação da pandemia de covid-19, em que "mais do que nunca é importante garantir o isolamento social das populações, de forma a evitar a propagação descontrolada do vírus".

Neste contexto, a autarquia considera que, "tanto pelo número de pessoas que reúne, como pelo facto de grande parte dos participantes serem de outros concelhos e, até mesmo de outros países, nomeadamente Espanha", a retoma do mercado vai "contra as recomendações da Direção-Geral de Saúde".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 667 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 31.000.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 119 mortes, mais 19 do que na véspera (+19%), e registaram-se 5.962 casos de infeções confirmadas, mais 792 casos em relação a sábado (+15,3%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

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