Covid-19: PSD quer ser "solução e não oposição", com 'núcleo duro' apto a reunir à distância

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 23 mar 2020 (Lusa) - O PSD vai manter-se focado em "ser parte da solução e não oposição" ao Governo no tempo crítico da pandemia de covid-19, mas o trabalho da direção continua, com os membros da Comissão Permanente aptos a reunirem por videoconferência.

Fonte oficial do partido disse que o presidente e líder parlamentar do PSD, Rui Rio, tem estado a trabalhar a partir de casa, no Porto, e deslocar-se-á a Lisboa sempre que haja trabalhos parlamentares ou outros motivos que o justifiquem.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral do PSD, José Silvano, explicou que o contacto entre os membros da direção do partido, sobretudo da Comissão Permanente, tem sido constante, por telefone, mail e `whatsapp´ e até já foi preparada uma forma rápida de todos se reunirem por videoconferência, quando for necessário.

"Todos da Comissão Permanente estamos prontos para, a solicitação do líder, poder reunir em qualquer momento e em qualquer local. Até agora, ainda não fizemos nenhuma reunião, mas estamos preparados", assegurou.

A Comissão Permanente, núcleo duro da direção, é constituída por Rui Rio (neste caso na dupla condição de presidente e líder parlamentar), pelos vice-presidentes André Coelho Lima, David Justino, Isabel Meireles, Isaura Morais, Nuno Morais Sarmento e Salvador Malheiro, e pelo secretário-geral José Silvano.

Além disso, existe um outro grupo de `whatsapp´ para acompanhar, através dos deputados do PSD dos vários pontos do país, a situação a nível distrital e local, e o presidente do PSD "continua a ouvir especialistas" sobre o surto, acrescentou José Silvano.

Sobre a linha de atuação do partido nos próximos tempos, o secretário-geral do PSD garante que será a que foi definida por Rui Rio na sua intervenção no debate parlamentar que antecedeu a declaração do estado de emergência: o líder do PSD assegurou na quinta-feira que o partido apoiará o Governo no combate à pandemia e que, neste momento do país, o "PSD não é oposição, é colaboração".

"Enquanto a curva continuar a subir em número de infetados e de vítimas mortais, em primeiro lugar está a saúde dos portugueses, aqui nunca seremos oposição, estaremos sempre disponíveis a ajudar para que a curva diminua. Não seremos oposição, seremos sempre solução e levamos isto à risca", reiterou Silvano.

Com a sede nacional encerrada e os colaboradores em teletrabalho, são várias as prioridades do partido que estão adiadas e uma delas é a preparação das autárquicas do próximo ano, depois de o PSD ter criado a sua Comissão Autárquica e ter previsto realizar um grande encontro nacional de autarcas até maio, que terá de ser reagendado.

"Queríamos até outubro ter concluída a parte inicial da preparação, que passava por reuniões e visitas às concelhias, antes de escolher eventuais candidatos, mas com esta situação ficou tudo suspenso", afirmou.

Ainda sem se saber quando, estes trabalhos, tal como a dinamização prevista do Conselho Estratégico Nacional, serão retomados quando passar a fase crítica da pandemia: "Não se podem adiar as coisas eternamente", admite Silvano.

Por enquanto, toda a comunicação do PSD tem estado centrada na covid-19, por exemplo através de perguntas de deputados a membros do Governo sobre situações como a do repatriamento dos portugueses no estrangeiro ou a recente exoneração do diretor do Hospital das Forças Armadas.

Ao contrário de outros líderes partidários, que têm feito mensagens em vídeo ou conferências de imprensa à distância, Rui Rio, além das intervenções no parlamento, manteve a sua comunicação com os portugueses apenas através da sua conta oficial de Twitter.

"Nunca é demais continuar a relembrar e a agradecer o trabalho que, com risco para si próprios e para os seus, muitos portugueses continuam a fazer para que a nossa economia não pare totalmente e para que a nossa saúde seja preservada o melhor possível. A todos muito obrigada", foi o último texto publicado por Rui Rio, no sábado, e que termina com uma imagem da bandeira nacional.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Portugal tem 23 mortes associadas ao vírus da Covid-19 confirmadas, mais nove do que no domingo, e 2.060 pessoas infetadas, segundo o boletim de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O país está em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.

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