Economia em 2016 ainda ficará "abaixo" do nível de 2008

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 26 mar (Lusa) - O Banco de Portugal estimou hoje que o nível do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2014 e 2016 fique "ainda abaixo [do nível] de 2008", apesar do "aumento gradual da taxa de crescimento" da economia portuguesa.

O Banco de Portugal reviu hoje em alta as previsões para a economia portuguesa, antecipando que cresça 1,2% este ano, uma estimativa que coincide com a do Governo e com a dos credores internacionais. Para 2015, a estimativa do banco central é que a economia aumente 1,4% e, para 2016, espera que acelere esse crescimento para os 1,7%.

No entanto, o banco central alerta que o nível do PIB português até 2016 estará "ainda abaixo" do nível de 2008, quando começou a crise financeira internacional.

Para o horizonte de 2014 a 2016, o Banco de Portugal antecipa que se assista a uma recomposição do PIB, marcada pelo aumento da procura interna privada, pela contração da atividade no setor público, pelo "crescimento forte" das exportações e pela transferência de recursos do setor não transacionável para o setor transacionável.

O banco central espera também que, até 2016, se assista a uma recuperação do emprego e a uma redução gradual da taxa de desemprego.

Para os anos de 2014 e 2016, a instituição liderada por Carlos Costa antecipa uma "recuperação gradual do consumo privado", impulsionada pela "manutenção da taxa de poupança em níveis superiores aos observados desde o início na área do euro", pela "recuperação marginal do rendimento disponível real em 2014, seguida de uma recuperação moderada em 2015 e 2016" e pelo aumento do consumo de bens duradouros.

Quanto ao investimento, o banco central antecipa que se verifique uma recuperação apoiada na componente empresarial, uma vez que as perspetivas da procura interna e externa são "mais favoráveis" e que há uma "melhoria das condições de financiamento".

O Banco de Portugal estima que, depois de uma contração de 6,6% em 2013, o investimento comece a crescer este ano (+1,8%), acelerando o ritmo de crescimento nos dos anos seguintes, para os 4,4% em 2015 e 4,5% em 2016.

No entanto, a "principal condicionante" que se coloca à evolução da formação brutal de capital fixo é, de acordo com o Banco de Portugal, o "elevado nível de endividamento e a necessidade de desalavancagem".

Já o investimento residencial deverá apresentar uma trajetória de "recuperação moderada", decorrente da recuperação do rendimento disponível e da melhoria das condições de financiamento.

O Banco de Portugal antecipou em cerca de um mês a divulgação das previsões macroeconómicas para o país, uma vez que as regras do Eurosistema não permitem que os bancos centrais nacionais publiquem as projeções no período compreendido entre os dois meses que antecedem a publicação das previsões macroeconómicas do Eurosistema e um mês após a sua publicação.

O Boletim Económico da Primavera será publicado em abril.

ND // MSF

Lusa/fim

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