Covid-19: Cervejaria Galiza resiste na versão 'take away' e recebe encomenda inédita

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Porto Canal com Lusa

Porto, 20 mar 2020 (Lusa) -- Após ter visto a sua faturação cair dos 3.500 euros diários para 500 com a covid-19, a cervejaria Galiza, obrigada à reconversão para 'take away' pelo estado de emergência, satisfez hoje uma encomenda "inédita" de 20 francesinhas.

Desde novembro de 2019 envolvidos num braço de ferro com os donos da cervejaria depois de, casualmente, se terem apercebido, e evitado o encerramento compulsivo da cervejaria, os 33 funcionários daquela empresa de restauração do Porto estão também a sofrer os efeitos do surto do novo coronavírus.

Enclausurados numa questão jurídica que impede, devido às dívidas ao Estado acumuladas pela administração, a Cervejaria Galiza de "concorrer a linhas de crédito e de ir para o lay-off", como disse hoje à Lusa António Ferreira, resta aos trabalhadores "pedir a carta para o Fundo de Desemprego", situação que "continuam a recusar, preferindo manter os postos de trabalho".

Enquanto esperam que a administração avance com o "pedido de insolvência controlada" e já depois de terem de lidar com as implicações do surto que "reduziu a faturação média diária de 3.500 euros para os 500 euros" os trabalhadores mostraram resiliência perante a nova legislação agregada à declaração de estado de emergência do Presidente da República no início da semana.

Segundo aquele funcionário, que com mais dois colegas assumiu em novembro a gestão daquele espaço comercial, a solução, agora, "passa por transformar a cervejaria num take away", figurando desde quinta-feira essa informação nos vidros do estabelecimento.

"Sob o olhar da polícia que está a controlar a atividade e a quem já provámos que não estamos a servir refeições no interior", relatou à Lusa o funcionário, a nova medida "parece querer começar a pegar" criando-se, assim, o cenário de "garantir, pelo menos, o pagamento dos salários".

O dia de hoje, na nova versão de negócio, trouxe uma "encomenda inédita" e que "começou por gerar desconfiança a quem atendeu o telemóvel" já que do outro lado da linha "chegou um pedido de 20 francesinhas" para uma empresa.

A funcionar em 'take away', há um problema que a cervejaria mantém, que "é o não acesso à rede multibanco para receber pagamentos", o que obriga ao pagamento em dinheiro a todos os que lá se dirijam, lamentou António Ferreira, o que obriga a uma recomendação "sempre explicada a cada encomenda recebida pelo telefone".

À Lusa, António Ferreira não escondeu a "ansiedade de todos os trabalhadores" que continuam "sem informação de que a administração tenha avançado com a declaração de insolvência", que devia ter sido feita "até 16 de março".

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.

O número de mortos no país subiu para seis.

Dos casos confirmados, 894 estão a recuperar em casa e 126 estão internados, 26 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O boletim divulgado pela DGS assinalava 7.732 casos suspeitos até quinta-feira, dos quais 850 aguardavam resultado laboratorial.

Das pessoas infetadas em Portugal, cinco recuperaram.

De acordo com o boletim, há 9.008 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

JFO // MSP

Lusa/fim

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