Covid-19: IPSS do Porto reclamam máscaras e luvas para evitar propagação de doença

| Norte
Porto Canal com Lusa

Porto, 19 mar 2020 (Lusa) - As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do Porto querem usufruir das máscaras e luvas que o Governo adquiriu para evitar a propagação da Covid-19, respondendo o Estado com um pedido de levantamento das necessidades.

Em entrevista hoje à agência Lusa, o presidente da União Distrital das IPSS do Porto, Rui Leite Castro, apontou "a falta de material para prestar o apoio aos idosos, em lares ou em serviço domiciliário" como uma das "dificuldades" que emergiram com a chegada do surto do novo coronavírus.

Com o "apoio à infância fechado por determinação do Governo, tal como o Centros de Atividades Ocupacionais (CAO) destinados aos deficientes, uma parte das 400 IPSS associadas do distrito do Porto mantém o apoio à terceira idade", um serviço que, frisou o responsável, "começa a sentir dificuldades de vária ordem".

"O que está a funcionar são os lares e o serviço de apoio domiciliário pois, de uma forma geral, os centros de dia também encerraram devido ao risco de contágio. Em muitos casos, o pessoal desses centros de dia passou a fazer o apoio domiciliário aos utentes", descreveu Rui Leite Castro.

E prosseguiu: "em quase todas estas respostas há dificuldades porque houve pessoal que foi para casa, uma parte para tomar conta dos filhos, de pessoa idosa ou então meteu baixa".

Questionado pela Lusa se conhecia casos de infeção pelo novo coronavírus, o responsável, sem identificar, disse ter conhecimento "de um caso em que uma funcionária acusou positivo", admitindo poder haver mais casos "que ainda não se manifestaram".

Frisando que a "maioria dos idosos em Portugal estão em lares de IPSS", a falta de material como "máscaras, luvas, batas, álcool e gel" tornou-se "numa queixa recorrente dessas instituições".

Neste cenário, disse esperar que "as IPSS recebam uma parte dos dois milhões de máscaras anunciadas para entrega pelo Ministério da Saúde", reforçando que "ao lidar com a terceira idade estão, também, a interagir com pessoas em risco".

Contactado pela Lusa, o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, Lino Maia, reconheceu a carência de meios e deu conta de o ter transmitido aos governantes.

Deles, acrescentou, recebeu "indicações para proceder ao levantamento das necessidades de material para que a área social venha a usufruir também desse apoio por parte do Estado português".

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.

Dos casos confirmados, 696 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O boletim divulgado pela DGS assinala 6.061 casos suspeitos até hoje, dos quais 488 aguardavam resultado laboratorial.

Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.

De acordo com o boletim, há 8.091 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Atualmente, há 24 cadeias de transmissão ativas em Portugal.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de hoje.

A Assembleia da República aprovou quarta-feira o decreto de declaração do estado de emergência que lhe foi submetido pelo Presidente da República com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.

O estado de emergência proposto pelo Presidente prolonga-se até às 23:59 de 02 de abril, segundo o decreto publicado quarta-feira em Diário da República que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que tenham justificação.

JFO//LIL

Lusa/fim

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