Venezuela passou a ter quatro cotações para a moeda norte-americana
Porto Canal / Agências
Caracas, 25 mar (Lusa) -- A Venezuela iniciou segunda-feira a operação de um novo sistema cambial baseado na oferta e na procura, que permite a participação de privados na venda e obtenção de moeda estrangeira com uma cotação superior ao valor oficial, mas inferior ao mercado negro.
Denominado Sistema Complementar de Administração de Divisas - 2 (Sicad 2), o novo mecanismo fixou uma cotação média de 51,68 bolívares por dólar norte-americano, muito superior à taxa oficial de 6,30 bolívares e à taxa variável do Sicad 1 cujo último valor variável conhecido foi de 10,80 bolívares, mas abaixo dos quase 60 bolívares do mercado negro, cujo valor é proibido divulgar no país.
O Sicad-2 foi criado para tornar mais flexível o mercado no âmbito do sistema de controlo cambial vigente desde 2003 que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país, permite a participação de privados e empresas como a estatal Petróleos da Venezuela, o Banco Central da Venezuela, casas de câmbios e empresas públicas.
A cotação oficial de 6,30 bolívares por dólar está reservada para a importação de produtos essenciais como medicamentos e alimentos de primeira necessidade.
Segundo a imprensa venezuelana no primeiro dia de funcionamento do Sicad-2 foram leiloados 220 milhões de dólares norte-americanos destinados ao setor têxtil, calçado e de químicos.
Para a oposição venezuelana a entrada em funcionamento do novo sistema legalizou uma "mega-desvalorização" da moeda venezuelana.
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