Covid-19: Presidente brasileiro diz que manifestações pró-Governo têm de ser repensadas

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Porto Canal com Lusa

Brasília, 13 mar 2020 (Lusa) - O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou que as manifestações de domingo, a favor do Governo, "precisam ser repensadas", num discurso ao país sobre o surto do novo coronavírus, numa transmissão em cadeia nacional de rádio e televisão.

"Os movimentos espontâneos e legítimos marcados para o dia 15 de março atendem aos interesses da nação. Balizados pela lei e pela ordem, demonstram o amadurecimento da nossa democracia presidencialista e são expressões evidentes da nossa liberdade. Precisam, no entanto, diante dos factos recentes, ser repensados. A nossa saúde e de nossos familiares devem ser preservados", disse o mandatário na noite de quinta-feira.

"Há recomendação das autoridades sanitárias para que evitemos grandes concentrações populares. Queremos um povo atuante e zeloso com a coisa pública, mas jamais podemos colocar em risco a saúde da nossa gente", acrescentou o chefe de Estado.

Em causa estão as polémicas manifestações convocadas por movimentos de direita em defesa do Governo e contra o Congresso brasileiro, agendadas para próximo domingo, e que tinham sido apoiadas pelo próprio Jair Bolsonaro.

O número de casos confirmados no Brasil do novo coronavírus aumentou para 76, com o Ministério da Saúde a monitorizar 1.427 casos suspeitos.

Face ao aumento dos casos confirmados e suspeitos, um dos principais organizadores das manifestações, Marcos Bellizia, anunciou o adiamento da iniciativa.

"Devido ao aumento dos casos de coronavírus nas últimas 24 horas decidimos adiar a manifestação deste domingo. O momento agora é de união e responsabilidade. Pedimos que o Congresso, Governo e Supremo que trabalhem juntos para a aprovação das reformas da forma mais rápida possível. Isso irá beneficiar 100% dos brasileiros", escreveu Bellizia, um dos líderes do movimento "Nas Ruas".

No mesmo dia em que foi noticiado que Bolsonaro foi submetido ao exame do coronavírus, o chefe de Estado apresentou uma mudança de tom em relação ao surto do novo coronavírus.

Na terça-feira, Bolsonaro causou polémica ao afirmar que o novo coronavírus é uma "pequena crise", criada por uma fantasia divulgada pelos 'media' no mundo.

Contudo, o mandatário mudou de discurso, afirmando que a classificação do coronavírus de "pandemia", por parte Organização Mundial de Saúde, foi responsável e que o "Governo está atento" à sua evolução.

Jair Bolsonaro e membros do seu Governo que viajaram no fim de semana para os EUA foram submetidos na quinta-feira a exames ao novo coronavírus, após o secretário especial de comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, testar positivo.

O resultado do exame deverá ser conhecido hoje.

Momentos antes do seu discurso ao país, o chefe de Estado fez a sua habitual transmissão em vídeo na rede social Facebook, ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em que ambos usaram máscara.

"Uma das pessoas que veio no avião connosco já deu negativo. Espero que toda a gente dê negativo também, e que o caso positivo fique apenas com o Fábio Wajngarten, que está em São Paulo de quarentena em casa. E está bem", afirmou Bolsonaro.

Diante do aumento de casos no país sul-americano, a Academia Brasileira de Letras (ABL) anunciou a suspensão das suas atividades abertas ao público.

"A ABL monitoriza constantemente diversas fontes fidedignas para acompanhar a evolução do coronavírus e assim estabelecer um cenário realístico para o efetivo e seguro retorno de suas atividades", indicou a Academia em comunicado.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios.

MYMM // JMC

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