Covid-19: Argentina suspende voos da Europa, EUA, Coreia do Sul, Japão, China e Irão

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Porto Canal com Lusa

Buenos Aires, 13 mar 2020 (Lusa) - O Governo argentino anunciou a suspensão por 30 dias dos voos provenientes da Europa e de outros países mais afetados pelo coronavírus como parte de medidas incluídas num decreto que amplia a emergência sanitária por um ano.

"Este decreto suspende por 30 dias os voos provenientes da Europa, dos Estados Unidos, da Coreia do Sul, do Japão, da China e do Irão", anunciou o Presidente Alberto Fernández.

No texto determina-se a suspensão inicialmente por 30 dias dos voos internacionais provenientes das zonas mais afetadas pela pandemia, mas indica-se que "suspensão temporária de voos" pode ser ampliada de acordo com a evolução da situação.

Outro capítulo de exceção é a repatriação de residentes na Argentina. As companhias aéreas poderão operar até segunda-feira. Depois desse período, apenas a companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas poderá repatriar residentes.

"Dentro dessa restrição, o decreto dispõe que serão implementadas medidas para facilitar o regresso desses países de residentes na Argentina", sublinhou Alberto Fernández.

No decreto estabelece-se ainda um "isolamento obrigatório por 14 dias" em quatro casos, entre os quais aparecem pessoas que tenham estado na Europa.

"Em primeiro lugar, o isolamento obrigatório será para aquelas pessoas com diagnóstico confirmado e, em segundo lugar, também para aquelas consideradas como 'casos suspeitos', isto é, aquelas com sintomas e que, além dos sintomas, tenham estado nos últimos dias em zonas afetadas ou em contacto com casos confirmados ou prováveis", esclareceu o Presidente, apontando ainda o terceiro caso para as pessoas em contacto estreito com casos confirmados ou suspeitos.

"O quarto caso é para pessoas que tenham entrado na Argentina nos últimos 14 dias, provenientes pelos países afetados que mencionei", anunciou Alberto Fernández em referência à Europa, Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão, China e Irão.

"Essa quarentena para estrangeiros que chegam ao país já significava, na prática, que ninguém viria à Argentina. Isso afeta muito o turismo no país", lamentou à Lusa o presidente da Câmara Argentina do Turismo, Aldo Elías.

"Essa medida só será realmente eficaz se for coordenada com os países vizinhos porque os voos podem ter conexões", apontou ainda o analista político Sergio Berensztein.

O Presidente, Alberto Fernández, advertiu que "aquelas pessoas que infringirem o isolamento terão responsabilidades penais" e que "o decreto obriga a cada pessoa a reportar sintomas compatíveis com coronavirus".

O Código Penal argentino determina "pena de prisão de seis meses a dois anos a quem violar medidas adotadas para impedir a introdução ou propagação de uma epidemia".

O decreto foi assinado no mesmo dia em que a Argentina anunciou dez novos casos, sendo três deles os primeiros com transmissão local por contacto estreito com pessoas que anteriormente vieram de zonas afetadas. No total, a Argentina tem 31 casos e registou um morto.

No decreto determina-se ainda que "o Governo poderá determinar medidas para evitar o desabastecimento" e "para estabelecer preços máximos para o álcool, gel, máscaras e outros insumos críticos". Também permite suspender espetáculos e o encerramento de espaços públicos.

A decisão de Alberto Fernández replica na Argentina as medidas anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender voos da maioria dos países europeus por 30 dias.

Até agora, cancelamentos, suspensões e reprogramações de voos dependiam apenas das companhias aéreas que avaliavam caso a caso.

MYR // JMC

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